O agravamento da situação humanitária pode se transformar em uma crise e está coincidindo com uma "apatia insidiosa" global a respeito do sofrimento do povo norte-coreano, disse Tomas Ojea Quintana, relator especial de direitos humanos da ONU para a República Popular Democrática da Coreia.
Por Redação, com Reuters - de Nova York
Os mais vulneráveis da Coreia do Norte correm risco de passar fome desde que o país se isolou ainda mais durante a pandemia de covid-19, e as sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em reação aos seus programas nuclear e de mísseis deveriam ser aliviadas, disse um investigador de direitos humanos da instituição em um relatório visto pela agência inglesa de notícias Reuters. O agravamento da situação humanitária pode se transformar em uma crise e está coincidindo com uma "apatia insidiosa" global a respeito do sofrimento do povo norte-coreano, disse Tomas Ojea Quintana, relator especial de direitos humanos da ONU para a República Popular Democrática da Coreia. – As sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU deveriam ser revistas e aliviadas quando necessário, tanto para facilitar a assistência humanitária e salvadora de vidas quanto para possibilitar a defesa do direito a um padrão de vida adequado dos cidadãos comuns – disse ele em um relatório final a ser apresentado à Assembleia-Geral da ONU no dia 22 de outubro. A Coreia do Norte não reconhece a autoridade de Ojea Quintana nem coopera com ele, e a representação do país em Genebra não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Já o governo de Pyongyang não aceita perguntas da mídia estrangeira. Em julho, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse que a situação alimentar estava "tensa" por causa de desastres naturais do ano passado e admitiu que os cidadãos enfrentaram sacrifícios durante a pandemia. Em abril, autoridades norte-coreanas classificaram um relatório da ONU sobre desnutrição infantil no país de "mentira absoluta".