Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Na ONU, Bolsonaro mente e sai vaiado em protestos pelas ruas de NY

Arquivado em:
Terça, 20 de Setembro de 2022 às 12:26, por: CdB

Segundo relatos de militantes que protestavam contra Bolsonaro, em Nova York, o ocupante do Palácio do Planalto e a mulher dele, Michelle Bolsonaro, chegaram visivelmente nervosos, sob uma pressão cada vez maior de seus adversários.

Por Redação, com agências internacionais - de Nova York, NY-EUA
Depois da atrapalhada passagem por Londres, onde usou a oportunidade para fazer campanha eleitoral durante o funeral da rainha Elizabeth II, Jair Bolsonaro (PL) chegou a Nova York, nesta terça-feira, onde falou durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Os protestos contra o mandatário neofascista, no entanto, prosseguiu pelas ruas da cidade norte-americana.
bolso-ny.jpg
Bolsonaro, cercado por repórteres após o discurso na ONU, trocou apenas algumas palavras e saiu
Uma mega-projeção foi feita na sede da ONU, com a estampa de imagens que classificaram Bolsonaro como "vergonha brasileira", "desgraça" e “mentiroso". Ao chegar ao hotel onde está hospedado, Bolsonaro enfrentou, ainda, um coro barulhento de opositores."Ei Bolsonaro vai para Bangu", cantavam as pessoas. Segundo relatos, o ocupante do Palácio do Planalto e a mulher dele, Michelle Bolsonaro, chegaram visivelmente nervosos. Em seu pronunciamento nas Nações Unidas, mais uma vez, Jair Bolsonaro (PL) usou um compromisso oficial para fazer campanha eleitoral. Ele usou a ocasião para fazer discurso de campanha e atacar - com mentiras - o líder em todas as pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula (PT).

Mentiras

Bolsonaro mentiu ao dizer que seu governo pôs fim ao que chamou de "corrupção sistêmica" e, sem citar Lula, disse que o ex-presidente foi condenado por corrupção, mas não disse que o petista foi condenado em um processo viciado por um juiz parcial e suspeito, o que foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Comissão de Direitos Humanos da própria ONU.  — O Brasil vem implementando (sic) reformas para atração de investimentos e melhorias das condições de vida de sua população. No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, o endividamento da Petrobras, por má gestão, loteamento político e desvios, chegou à casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias, por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1,5 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa (norte-)americana outro milhão, por perda de seus acionistas — disse. O atual presidente também falou sobre a pandemia de covid-19 e tentou passar a imagem de um governo que não existiu, que teria incentivado a vacinação da população.

Indígenas

Bolsonaro atacou sistematicamente os imunizantes e desincentivou a vacinação. Não se sabe, por exemplo, até hoje se ele próprio se vacinou ou não. — Durante a pandemia de covid-19, não poupamos esforços para salvar vidas e preservar empregos. Como tantos outros países, concentramos nossa atenção em dar auxílio financeiro aos mais necessitados. Beneficiamos mais de 68 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da nossa população. Em paralelo, lançamos um programa de imunização, inclusive com produção doméstica de vacinas. Já temos mais de 80% da população vacinada contra a Covid-19. Todos foram vacinados de forma voluntária — continuou. Bolsonaro ainda falou sobre a queda no preço dos combustíveis, fez acenos ao agronegócio, criticou a imprensa brasileira e citou os indígenas como um dos pontos de atenção de seu governo, o que é outra mentira. Ele também defendeu as políticas ambientais de seu governo. Ele ainda se disse contra a "ideologia de gênero" e o “aborto". Bolsonaro defendeu também uma reforma da ONU como necessidade para a concretização da paz.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo