Segunda, 18 de Novembro de 2019 às 11:26, por: CdB
Em seu último indicador trimestral, a OMC mostrou que o crescimento do comércio global de mercadorias aumentou 0,2% no segundo trimestre deste ano, contra alta de 3,5% no mesmo período de 2018.
Por Redação - de Berlim e Bruxelas
A Organização Mundial do Comércio (OMC) disse nesta segunda-feira que o crescimento do comércio global de mercadorias deve permanecer “abaixo da tendência” no quarto trimestre, em meio a tensões e tarifas crescentes em setores importantes.
Seu último indicador trimestral mostrou que o crescimento do comércio global de mercadorias aumentou 0,2% no segundo trimestre deste ano, contra alta de 3,5% no mesmo período de 2018.
“Alguns componentes do indicador se estabilizaram desde a última leitura, em agosto, enquanto outros continuam em trajetória descendente, refletindo tensões comerciais mais altas e tarifas crescentes em setores importantes”, afirmou o documento.
Tendência
Os índices de frete aéreo, matérias-primas e componentes eletrônicos “deterioraram-se ainda mais abaixo da tendência”, com os componentes eletrônicos registrando a maior fraqueza em meio a aumentos de tarifas, enquanto os produtos automotivos e o transporte de contêineres se firmaram, disse a OMC.
Em linha com as análises da OMC, o crescimento na Alemanha, a maior economia da Europa, permanecerá fraco no quarto trimestre, afirma o Banco Central alemão (Bundesbank), em relatório divulgado nesta manhã. Mas não existem motivos para temer uma recessão e há sinais de que as perspectivas para seu vasto setor industrial podem estar se estabilizando, acrescenta a autoridade monetária alemã.
A Alemanha escapou de uma recessão no trimestre passado com uma expansão trimestral de 0,1%, melhor do que o projetado, mas o número provavelmente indicou estabilização e não uma recuperação, uma vez que os setores focados na exportação continuam sofrendo.
Desaceleração
“A desaceleração da economia alemã provavelmente continuará no quarto trimestre de 2019”, disse o Bundesbank em relatório econômico mensal. “No entanto, não é provável que se intensifique acentuadamente. Como as coisas estão atualmente, a produção econômica geral pode mais ou menos estagnar”.
Uma guerra comercial global, a desaceleração da China e a mudança nos hábitos do consumidor empurraram a indústria alemã para a recessão, mas a economia doméstica permaneceu inesperadamente resiliente.
Parte da explicação é que as empresas mantêm seus funcionários mesmo em tempos difíceis, por medo de terem dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados quando a crise passar.
Salários
“Do ponto de vista atual, não há razão para temer que a Alemanha entre em recessão”, acrescentou o Bundesbank.
O banco central também observou que existem alguns sinais de estabilização na demanda industrial, e disse que a economia doméstica provavelmente continuará dando impulso.
“Como o mercado de trabalho provavelmente permanecerá bastante robusto e os salários deverão crescer consideravelmente, as perspectivas de renda das famílias devem permanecer favoráveis”, acrescentou.