“Bilhões de pessoas estão em dificuldades; centenas de milhões passam fome ou estão até subnutridas. Um número recorde de pessoas procura oportunidades, o alívio de dívidas e de dificuldades, das guerras e dos desastres climáticos”, afirma Guterres.
Por Redação, com agências internacionais - de Sharm el-Sheikh, Egito
O número de seres humanos que habitam o planeta superou a marca dos 8 bilhões nesta terça-feira, de acordo com os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU). O secretário-geral, António Guterres, considera que atingir o marco é uma prova de avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento. No entanto, o líder da ONU adverte, em artigo, que, à medida que a humanidade cresce, também está ficando mais dividida.
“Bilhões de pessoas estão em dificuldades; centenas de milhões passam fome ou estão até subnutridas. Um número recorde de pessoas procura oportunidades, o alívio de dívidas e de dificuldades, das guerras e dos desastres climáticos”, afirma Guterres.
O secretário-geral alerta que a desigualdade faz com que um pequeno grupo de bilionários possua a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial. “Se não reduzirmos o enorme fosso entre os que têm e os que não têm, construiremos um mundo de 8 bilhões repleto de tensões, desconfiança, crises e conflitos”, acrescentou.
Os que estão entre os 1% mais ricos do mundo detêm um quinto do rendimento mundial. As pessoas nos países mais ricos podem viver até 30 anos a mais do que nos países mais pobres. À medida que o mundo se tornou mais rico e saudável nas últimas décadas, essas desigualdades também se agravaram
Recordes
O chefe das Nações Unidas aponta a existência de bilhões de pessoas em dificuldades e centenas de milhões com fome. Além disso, ele cita números recordes de habitantes do planeta fugindo de casa em busca de ajuda. E também questões como “dívidas, dificuldades, guerras e desastres climáticos”.
De acordo com a ONU, a população global levou 12 anos para crescer de 7 para 8 bilhões. Mas chegará a 9 bilhões em cerca de 15 anos, em 2037. O Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), promove a campanha #8BillionStrong no qual os usuários compartilham material de educação sobre oito tendências para um mundo de 8 bilhões de pessoas.
— É preciso ter uma perspectiva de direitos humanos quando se pensa em adaptações no planeta às alterações climáticas. O mundo tem de reconhecer que este é um momento para se investir na pessoas. Porque esse números são pessoas. Ao darmos um ‘zoom’ nesses números, temos que ter nesse ‘zoom’ a qualidade de vida das pessoas, o que os países precisam fazer que o mundo tenha 8 bilhões de pessoas que possam viver com dignidade. E nós sabemos o que é preciso fazer — resumiu a diretora do Unfpa, Mônica Ferro.