Os bombardeios contra plantas energéticas e infraestruturas civis do tipo estão sendo realizados de maneira sistêmica pela Rússia há meses e visam deixar a população sem ter como se aquecer durante o rigoroso inverno que se inicia daqui dois dias.
Por Redação, com ANSA - de Kiev
Uma série de novos ataques da Rússia contra Kiev, capital da Ucrânia, deixou a cidade sem energia elétrica nesta segunda-feira, informam as autoridades locais. Ao menos três pessoas ficaram feridas na região da capital.
Além de Kiev, outras 10 áreas enfrentam problemas energéticos por conta da ação militar russa e, entre elas, estão Kharkiv, Cherkassy, Donetsk, Dnipro e Zaporizhia.
Conforme dados da defesa aérea ucraniana, foram abatidos 30 dos 35 drones iranianos Shahed 136 e 131 que entraram no país por meio de lançamentos de bases russas no Mar de Azov.
O principal conselheiro da Presidência, Mykhailo Podolyak, afirmou que a Ucrânia "não vai se render" aos ultimatos da Rússia e aos seus ataques à infraestruturas civis.
Os bombardeios contra plantas energéticas e infraestruturas civis do tipo estão sendo realizados de maneira sistêmica pela Rússia há meses e visam deixar a população sem ter como se aquecer durante o rigoroso inverno que se inicia daqui dois dias. Por conta disso, os países ocidentais estão enviando geradores e equipamentos para ajudar a Ucrânia a recompor sua estrutura de fornecimento de energia.
Por outro lado, a Rússia informou que abateu quatro mísseis do tipo Harm, de fabricação norte-americana, próximos à região de Belgrogod.
Ataque em Zaporizhia
A empresa ucraniana de energia nuclear Energoatom denunciou nesta segunda-feira que um drone iraniano estava sobrevoando a central nuclear de Zaporizhzhia e seus destroços caíram em uma área próxima à planta.
"É uma violação absolutamente inaceitável da segurança nuclear", disse o órgão em nota, cobrando que a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) consiga criar uma área de segurança próxima à central nuclear para evitar um desastre.
Desde os primeiros dias de conflito, no fim de fevereiro, Moscou e Kiev trocam acusações sobre quem é o autor dos ataques próximos à Zaporizhia. No início de março, a usina caiu sob controle militar russo, mas a operação continua sendo feita por operários ucranianos.
A central nuclear é a maior da Europa e tem seis reatores. No início da guerra, dois deles foram mantidos em funcionamento, mas nas últimas semanas, a estrutura não estava mais fornecendo energia para a Ucrânia.