Rio de Janeiro, 17 de Março de 2025

Novo risco de apagão mobiliza setor elétrico para um possível racionamento

De acordo com o CMSE, a seca prevista para o período de setembro a maio é a pior em 91 anos. Neste ano, a previsão é que a seca será especialmente severa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Sexta, 28 de Maio de 2021 às 12:30, por: CdB

De acordo com o CMSE, a seca prevista para o período de setembro a maio é a pior em 91 anos. Neste ano, a previsão é que a seca será especialmente severa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Por Redação - de Brasília

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na ata da reunião extraordinária ocorrida na véspera, alertou nesta sexta-feira que, após avaliar a situação do sistema energético, percebeu que “situação é delicada”. De acordo com as informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) o regime de chuvas manteve-se abaixo do normal em maio e o país entra no período seco com o volume dos reservatórios em situação crítica, no que se refere a oferta de água.

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A seca no Rio Paraná, atingido pela seca no ano passado, deixou vários pontos sem qualquer condição de navegabilidade

De acordo com o CMSE, a seca prevista para o período de setembro a maio é a pior em 91 anos. Neste ano, a previsão é que a seca será especialmente severa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Neste cenário, o Comitê criou uma comissão de acompanhamento da crise, responsável por monitorar a seca, o nível dos reservatórios e a oferta de energia; além da adoção de medidas para garantir o abastecimento.

Seca

Para os técnicos do ONS, ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, ainda há margem de manobra para se evitar medidas mais drásticas, como o racionamento do consumo, mas esta não é uma posição definitiva. Em 2001, quando houve medidas de exceção durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, a medida foi considerada essencial para a derrota do PSDB, nas urnas.

Ainda assim, durante a reunião do CMSE, foi ressaltada a necessidade de se priorizar o uso da água na geração de energia das usinas consideradas estratégicas para o abastecimento nacional, situadas nas regiões mais afetadas pelo clima. As usinas hidrelétricas de Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes estão no setores atingidos pela seca.

Em nota, o Ministério das Minas e Energia (MME) informou, nesta sexta-feira, que "tendo em vista os estudos apresentados pelo ONS, e com vistas a garantir a governabilidade das cascatas hidráulicas no país, o CMSE reconheceu a importância da implementação das flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes”.

Emergência

Medida semelhante sempre foi adotada, no entanto, em momentos de secas mais severas, com a redução do volume dos rios, com todos os problemas causados até para o consumo humano. 

Em alerta de emergência hídrica emitido, ainda nesta manhã, pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), do Ministério da Agricultura, foi reafirmado o risco para o período de junho a setembro, na região da Bacia do Paraná, que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

"Estudos realizados pelo SNM de acompanhamento meteorológico para o Setor Elétrico Brasileiro alertam que as perspectivas climáticas para 2021/2022 indicam que a maior parte da região central do país, a partir de maio e até final de setembro, entra em seu período com menor volume de chuvas (estação seca)", resumiu o Ministério, também em nota.

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