Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

No Rio, evento debate impactos desiguais das mudanças climáticas

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Quarta, 05 de Junho de 2024 às 11:23, por: CdB

O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

O seminário Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?, que debate os impactos desiguais das mudanças climáticas, começou na terça-feira no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento é promovido pela organização não governamental ActionAid, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista).

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Seminário reúne pesquisadores para tratar sobre o racismo climático

A mesa de abertura teve a participação do gerente-executivo regional da EBC, Acácio Jacinto, que apresentou a visão da empresa sobre os temas centrais do seminário. Ele disse que a empresa tem desempenhado um papel fundamental na promoção de uma comunicação pública que informa, conscientiza e mobiliza a sociedade.

– Em relação à justiça climática, é intrínseco no nosso papel de serviço público informar com precisão, educar com profundidade e engajar com empatia. Racismo ambiental é uma injustiça histórica que precisa ser enfrentada com urgência. E compreendemos que ele se comunidades de cor e de baixa renda são desproporcionalmente expostos aos riscos ambientais, e têm menos acesso à recursos para mitigação e adaptação – disse o gerente executivo.

O dia teve mais duas mesas de debates. A primeira delas, com o nome “Território de Partilha: produção de dados nas quebradas”, contou com a presença de Kayo Moura (LabJaca), Fran Paula (CONAQ), Naira Santa Rita e Matheus Pereira (Instituto DuClima), e foi mediada por Maurício Dutra (Redes da Maré).

Naiara Ritam falou das experiências e missões do Instituto DuClima, que ela diz ter nascido depois de sobreviver às fortes chuvas que atingiram o Morro da Oficina, em Petrópolis, em 2022. Na época, mais de 200 pessoas morreram. O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.

– Quem traz a demanda é a sociedade civil. Isso é diferente da situação em que o acadêmico ou o pesquisador vai até o território, analisa na perspectiva dele, e decodifica aquilo. A gente muda essa narrativa, inverte a lógica, e faz com que a população traga esses indicadores. E a partir disso, tem uma visão muito mais estratégica e assertiva. Quem conhece mais o território do que quem mora ali há anos? – disse Naiara.

O debate

A outra mesa de debate trouxe o tema Repensando uma educação ambiental antirracista: infância, juventude e clima. E teve a participação de Thaís Brianezi (ECA/USP), Thuérzia Souza (Projeto Meninas em Movimento – CMC), Carolina Silva (ActionAid). Mediação: Luciana Ribeiro (SETA).

A jovem ativista Thuérzia Souza, de 16 anos, apresentou as principais conquistas voltadas para a educação de meninas em Cabo Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Os projetos têm como base a educação pública inclusiva e de qualidade. E um dos eixos de trabalho inclui a formação política de meninas da região, para que sejam capazes de lutar efetivamente contra as desigualdades de raça, gênero e classe.

– Em uma das campanhas, fizemos visitas às escolas para falar da importância de tirar o título de eleitor e de votar. É muito importante ver as meninas escolherem prefeito e vereadores que tragam políticas públicas voltadas para elas – disse Thuérzia. “A gente quer candidatos que olhem para a gente, que pensem na juventude e em como ela está vulnerável. Em como ela precisa de cultura, escola, faculdade e estabilidade financeira”.

O seminário Racismo Ambiental concluiu a programação nesta quarta-feira com mais quatro mesas de debates, que aconteceram entre 9h30 e 17h. Os temas são: Território de Partilha: Defensoras da terra e do clima: extrativismo e cuidado; Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana e Ocupação das Cidades; Políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental, para questões climáticas, ambientais e agrárias; e Entre o rural e o urbano: a produção espacial do racismo ambiental.

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