Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Neonazistas se unem a bolsonaristas, no golpe frustrado em 8/1

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Quarta, 30 de Agosto de 2023 às 19:24, por: CdB

Segundo o informe da Abin, cinco comunidades do aplicativo de mensagens Telegram reuniram, no total, 2,8 mil integrantes dispostos a integrar o movimento golpista. A ideia dos grupos era estimular “narrativas de deslegitimação” das instituições, de acordo com o levantamento.


Por Redação, com CartaCapital - de Brasília

Supremacistas brancos ligados a grupos neonazistas, munidos da bandeira que simboliza a ideologia de ultradireita associaram-se aos movimentos golpistas que eclodiram no país, após o resultado das eleições de 2022. A informação consta de relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vazado nesta quarta-feira para a mídia conservadora.

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Os neonazistas brasileiros apresentam suas páginas e publicações nas redes sociais sem nenhum pudor


Segundo o informe da Abin, cinco comunidades do aplicativo de mensagens Telegram reuniram, no total, 2,8 mil integrantes dispostos a integrar o movimento golpista. A ideia dos grupos era estimular “narrativas de deslegitimação” das instituições, de acordo com o levantamento.

O relatório da Abin foi elaborado entre 25 de novembro e 1º de dezembro de 2022. O período, vale destacar, foi marcado pelo crescimento da tensão social no país, com diversos casos de manifestantes bolsonaristas fechando estradas e ocupando QGs do Exército, na exigência de uma atuação contra o resultado legítimo que deu a vitória a Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL).

Eleições


Até o início do ano passado, as células neonazistas experimentaram um expressivo crescimento no país. Estimuladas pelo discurso de ódio disseminado pelo ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), em razão da ascensão da extrema-direita, esses grupos cresceram mais de 270%, desde 2019, segundo um estudo elaborado pela antropóloga Adriana Dias, ex-professora da Unicamp.

Após as eleições de 2022, houve, segundo a Abin, um aumento do engajamento dos grupos.

“Até o pleito eleitoral de 2022, não se identificava histórico de envolvimento sistemático de grupos supremacistas e neonazistas com pautas políticas e manifestações. Apesar disso, em monitoramento de grupos virtuais utilizados para disseminação de conteúdo supremacista na conjuntura eleitoral, observou-se aumento da interação e da visualização”, aponta o relatório.

Cid confessa


Entre os eixos de atuação dos grupos neonazistas após as eleições, segundo a Abin, estão o levantamento de suspeitas sem provas de fraude nas urnas, apoio aos bloqueios em estradas e a disseminação de panfletos fazendo referência à “luta contra comunistas”.

Em linha com o que o setor de inteligência do governo apurou, os depoimentos que o tenente-coronel Mauro Cid prestou à Polícia Federal  (PF), nos últimos dias, corroboram com as informações colhidas. Ao mesmo tempo, acenderam a luz de alerta entre militares de alto escalão que integraram o governo anterior para o risco de ver integrantes do oficialato brasileiro imiscuído com a ideologia nazista.

Cid, segundo apurou a mídia conservadora, tem colaborado com a PF, fornecendo detalhes cruciais sobre reuniões e conversas que faziam parte de um plano para efetivar o golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições presidenciais do ano passado. Os depoimentos também abrangem outros temas, incluindo o escândalo das joias sauditas que o ex-mandatário tentou se apropriar.

Generais


Com base no depoimento de pessoas próximas a Cid, até agora ele não apontou nomes, especificamente, mas começa a detalhar os participantes das tratativas, incluindo militares, ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro.

O próximo passo, segundo as apurações, será detalhar quem são os militares e outros ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro que participaram das tratativas que se deram, entre outras localidades, no Palácio da Alvorada em dezembro passado. Entre os nomes listados por Cid estariam os dos generais Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional - GSI) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

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