De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 94.606 migrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta que 1,35 mil pessoas morreram ou desapareceram durante a travessia.
Por Redação, com ANSA e Reuters - de Roma/Cidade do Vaticano
Quatro pessoas estão desaparecidas após um barco com mais de 30 imigrantes forçados ter afundado na noite de domingo na costa de Lampedusa, no sul da Itália.
A Guarda Costeira conseguiu resgatar 32 pessoas, incluindo três mulheres, mas outras quatro não foram encontradas, entre elas dois irmãos de seis meses e seis anos - os pais se salvaram.
– A Europa precisa intervir. Tem muito silêncio e muita imobilidade em torno dessas mortes – afirmou o prefeito de Lampedusa, Filippo Mannino, nesta segunda-feira.
Mediterrâneo
De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 94.606 imigrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta que 1,35 mil pessoas morreram ou desapareceram durante a travessia do Mediterrâneo Central neste ano.
Mortes de imigrantes no Mediterrâneo são “inaceitáveis e quase sempre evitáveis”
As mortes de imigrantes no Mediterrâneo são “inaceitáveis e quase sempre evitáveis”, disse o papa Francisco na última sexta-feira, renovando um apelo aos formuladores de políticas em toda a região para abordar a questão de uma maneira “benéfica para todos”.O pontífice de 85 anos, filho de imigrantes italianos na Argentina, costuma defender os direitos dos imigrantes e tem criticado repetidamente como o Mediterrâneo se transformou em um “vasto cemitério”.
– A incapacidade de encontrar soluções comuns (sobre a migração) continua levando a uma perda inaceitável e quase sempre evitável de vidas, especialmente no Mediterrâneo – disse Francisco em uma mensagem para Roma Med 2022, uma conferência de política externa.
Imigração
Insistindo que a imigração para a Europa “não pode ser interrompida”, ele exortou todas as partes envolvidas a encontrar uma solução que possa ser “benéfica para todos, garantindo a dignidade humana e a prosperidade compartilhada”.
A imigração tem sido durante anos uma polêmica na Europa, com os governos recorrendo a políticas cada vez mais duras para tentar conter o fluxo de imigrantes e requerentes de asilo do norte da África e do Oriente Médio.
Na Itália, um dos primeiros atos do governo de direita da primeira-ministra Giorgia Meloni foi a recusa em receber um barco de resgate de imigrantes, forçando-o a ir até a França e causando uma briga com Paris.