Falando que os riscos para as pessoas e para o planeta em geral "são cada vez maiores", o Pontífice afirmou que "é necessário mobilizar todos os conhecimentos baseados na ciência e nas experiências para superar a miséria, a pobreza, as novas escravidões e para evitar as guerras".
Por Redação, com Ansa - do Vaticano
O papa Francisco fez um duro discurso neste sábado durante a sessão plenária da Pontifícia Academia de Ciências e afirmou o mundo regrediu muitos anos com os atuais conflitos e as posturas políticas de muitos líderes.
— Depois das duas trágicas guerras mundiais, parecia que o mundo tinha aprendido a caminhar progressivamente em direção ao respeito aos direitos humanos, ao direito internacional, das várias formas de cooperação. Mas, infelizmente, a história mostra sinais de regressão. Não só se intensificam conflitos anacrônicos, mas reemergem nacionalismos fechados, exasperados, agressivos e novas guerras de domínio que atingem civis, idosos, crianças e doentes, provocando destruição em todos os lugares — afirmou aos presentes.
O líder católico ainda lembrou de um termo que usa desde o início de seu pontificado, de que o mundo vivia uma guerra global "em partes”.
— Os numerosos conflitos armados preocupam seriamente. Eu disse que existia no mundo uma terceira guerra mundial em partes, mas hoje podemos dizer que ela é ‘total’ — pontuou.
Força de paz
Falando que os riscos para as pessoas e para o planeta em geral "são cada vez maiores", o Pontífice afirmou que "é necessário mobilizar todos os conhecimentos baseados na ciência e nas experiências para superar a miséria, a pobreza, as novas escravidões e para evitar as guerras".
— Rejeitando algumas pesquisas que são inevitavelmente destinadas, em circunstâncias históricas concretas, a terem fins de morte, que os cientistas de todo o mundo possam se unir em uma comum disponibilidade em desarmar a ciência e formar uma força de paz — acrescentou o pontífice.
Falando mais profundamente sobre a escravidão, o Papa fez um apelo para que todos ajudem "na libertação das diversas formas de escravidão, como o trabalho forçado, a prostituição e o tráfico de órgãos".
— Esses crimes contra a humanidade, que vão de encontro com a pobreza, se verificam também nos países desenvolvidos, em nossas cidades. O corpo humano não pode ser jamais, nem em partes nem inteiro, objeto de comércio — concluiu.