A premiação conta com duas categorias: internacional e local. A votação ocorreu em júri popular online e o MST foi o mais votado na categoria internacional, com 22,73% das participações. Já na categoria local, o prêmio foi para o ativista Nicanor Acosta, com 53,49% dos votos.
Por Redação, com ACS/MST - de Madri
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) recebeu, neste sábado, o prêmio Acampa – Pola Paz e Dereito a Refuxio, em reconhecimento à defesa dos direitos humanos. As homenagens aconteceram na província espanhola de Corunha, no noroeste do país, durante festividades internacionais da Rede Acampa.
A premiação conta com duas categorias: internacional e local. A votação ocorreu em júri popular online e o MST foi o mais votado na categoria internacional, com 22,73% das participações. Já na categoria local, o prêmio foi para o ativista Nicanor Acosta, com 53,49% dos votos. Ambas as categorias receberão, por seus representantes, uma escultura da artista plástica Pilar Pérez Subías.
Emoção
Premiado pela categoria local, Nicanor Acosta é reconhecido como ativista dos direitos humanos por sua trajetória religiosa e política. Padre da paróquia da Corunha, de São Jorge, desde a década de 1960, chegou a ser preso por enfrentar a ditadura franquista. Posteriormente, passou a contribuir com o Fórum da Emigração e da Comissão de Recuperação da Memória Histórica em seu país.
Representando o MST na categoria internacional, Marina dos Santos, da direção nacional do movimento, viajou até a Espanha para receber a premiação. A agricultora se emociona ao falar sobre esse reconhecimento que chegará ao Brasil por intermédio de suas mãos.
— É uma alegria imensa cumprir a tarefa de receber esse prêmio de reconhecimento ao MST. É muito importante ouvir entre as reflexões que o modelo de desenvolvimento adotado pelo sistema capitalista tem colocado o mundo em colapso, mas que o MST se coloca como alternativa e esperança — emociona-se.
Natureza
Um dos organizadores do prêmio, Alfonso Vázquez González já visitou áreas de acampamento do movimento no Brasil. Para ele, o MST é uma referência da defesa dos direitos humanos, uma das maiores organizações sociais mobilizadas em todo o mundo.
— E o considero pela grandiosidade das pessoas a que ele (MST) chega, ademais chega às pessoas com menor recurso econômico — acrescentou.
Para a dirigente nacional Marina dos Santos, o período de pandemia da covid-19 aumentou ainda mais a ação do movimento.
Genocida
Seja na defesa dos direitos humanos, na forma ampla de fazer a luta popular tanto pela reforma agrária e produção de alimentos saudáveis, o movimento construiu sua história em princípios humanitários.
— Mas também porque o MST está preocupado com a natureza, com as relações sociais, com a construção da democracia, com a dignidade das pessoas e a solidariedade —pontuou.
O prêmio, avalia, vem principalmente pelo reconhecimento que o movimento tem em âmbito internacional em prol da vida da classe trabalhadora do campo e cidade. Notadamente em meio às crises políticas e do Estado diante do atual governo genocida de Jair Bolsonaro, que já ceifou 585 mil vidas somente pela covid-19 no país.
— Esse prêmio de reconhecimento se estende a todas as famílias que lutaram, que lutam, que garantiram a resistência ativa, que atuaram na defesa da vida — resume Marina.