Procuradores atuam nas investigações que apuram as circunstâncias e possíveis responsabilidades pela fuga de dois detentos: Rogério da Silva Mendonça (o Tatu) e Deibson Cabral Nascimento (o Deisinho), que fazem parte do Comando Vermelho.
Por Redação, com Poder360 - de Brasília
O MPF (Ministério Público Federal) anunciou que atuará na inspeção e vistoria da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, nesta semana. O intuito é identificar possíveis falhas na unidade de segurança máxima onde dois detentos fugiram na última quarta-feira.
Procuradores atuam nas investigações que apuram as circunstâncias e possíveis responsabilidades pela fuga de dois detentos: Rogério da Silva Mendonça (o Tatu) e Deibson Cabral Nascimento (o Deisinho), que fazem parte do Comando Vermelho.
O trabalho vem sendo realizado pelo procurador titular do MPF de Mossoró, para quem o inquérito instaurado pela Polícia Federal foi distribuído.
Além do procurador responsável pelo caso, mais três procuradores vão realizar a inspeção na unidade prisional. Eles fazem parte de ofícios especiais de inspeção e vistoria da Penitenciária Federal de Mossoró.
Na quinta-feira, o secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, André Garcia, sugeriu que uma falha nos protocolos de segurança da prisão de Mossoró (RN) teria possibilitado a fuga, identificada depois da contagem de detentos de quarta-feira.
Fiscalização dos estabelecimentos penais federais
Quinze ofícios especiais foram criados para aprimorar a atuação do MPF na fiscalização dos estabelecimentos penais federais do país, inclusive por meio de visitas periódicas. Três deles foram destinados a Mossoró.
Os demais se destinam a acompanhar a situação dos outros quatro presídios federais classificados como de segurança máxima, localizados em Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
Após vistoria, o órgão deve propor mudanças a serem adotadas para que novos episódios do tipo não ocorram. Foi a primeira fuga em um presídio de segurança máxima registrada na história do sistema penitenciário federal brasileiro.
Policiais penais
A Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf) divulgou um comunicado no qual repudia acusações de corrupção de agentes da categoria e aponta que os dois presos que fugiram da penitenciária federal em Mossoró (RN) não tiveram apoio externo.
Sem citar nomes, o texto diz que o policial penal federal está sendo lembrado “somente no momento em que ocorreu uma falha” e que “está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadores de opinião de forma totalmente irresponsável”.
Assinada pelo presidente da Fenappf, Gentil Nei Espírito do Santo da Silva, a nota afirma ser muito cedo para se chegar a esse tipo de conclusão, pois “as investigações ainda estão em curso”.
As apurações
A federação diz esperar que tudo seja apurado e esclarecido. "Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido, cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular”, continua o comunicado.
Para a categoria, a fuga não teve planejamento ou apoio externo, e os dois presos aproveitaram a chance que tiveram.
“Os foragidos não tiveram apoio externo, ou seja, não havia logística externa, eles não possuíam veículo para fuga, celulares, casa de apoio e nem rota de fuga, o que nos leva a acreditar que não houve planejamento prévio e sim uma oportunidade que foi aproveitada e obtiveram êxito”, diz o texto.
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal brasileiro, considerados de segurança máxima. O sistema foi criado em 2006. Eles fugiram na última quarta-feira.
A busca pelos dois entrou neste domingo em seu quinto dia e mobiliza ao menos 300 agentes federais, além das forças de segurança estaduais.