Motta disse que cumpriria “agenda interna” nesta manhã. Na sua rede social na plataforma X, o presidente da Câmara celebrou o projeto, que teve como relator o seu antecessor no cargo, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Por Redação – de Brasília
Os presidentes da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP) não compareceram à cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) nesta quarta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia convidado ambos para a cerimônia, com antecedência.

Motta disse que cumpriria “agenda interna” nesta manhã. Na sua rede social na plataforma X, o presidente da Câmara celebrou o projeto, que teve como relator o seu antecessor no cargo, o deputado Arthur Lira (PP-AL). “Hoje, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil se torna Lei. Uma vitória histórica para milhões de brasileiros”, escreveu o deputado.
“Quando o projeto chegou à Câmara, rapidamente determinei a criação de uma comissão para análise. A matéria saiu ainda melhor, ampliando a redução da alíquota para quem recebe até R$ 7.350. A aprovação na Casa foi unânime. Este é o resultado da união dos Poderes em favor do Brasil. Com respeito às atribuições legislativas, diálogo e equilíbrio, o país avança”, acrescentou.
‘Lambança’
Tanto Motta quanto Alcolumbre, no entanto, nutem desacordos com o presidente Lula. No caso da Câmara, a tensão ficou elevada durante a tramitação do PL Antifacção. Defendida por Motta, a proposta foi chamada de “lambança legislativa” pela ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Um dos desdobramentos da crise foi a decisão de Motta de romper relações com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), nesta semana. Durante a tramitação do projeto, Lindbergh fez duras críticas à nomeação do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para a relatoria e mencionou o presidente da Câmara em diferentes ocasiões.
Indicação
Alcolumbre, por sua vez, partiu para o confronto com o presidente Lula, depois que este indicou o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Senado era favorável à escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu amigo pessoal e aliado, para o posto.
Alcolumbre simplesmente não aceitou a decisão do presidente.
— Vou mostrar ao governo o que é não ter o presidente do Senado como aliado — teria dito Alcolumbre a interlocutores, depois de saber que Lula confirmara a escolha do advogado-geral da União sem comunicá-lo antes.
Discurso
Durante a cerimônia, nesta manhã, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, jogou água na fervura e agradeceu tanto Motta quanto Alcolumbre pela aprovação da isenção de IR.
— Quero agradecer cada deputado, deputada, senador e senadora, agradecer aos presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre. A ausência dos presidentes nada frustra a importante construção e apoio que deram a esse projeto — disse Hoffmann.
Segundo a ministra, não seria possível aprovar o projeto sem a cooperação com o Legislativo. Ainda no discurso, a ministra elogiou o presidente Lula por ter cumprido sua promessa de campanha em relação ao IR e afirmou que o petista vai entrar para a história como o presidente que mais isentou impostos.