Ator e humorista de 42 anos que conquistou a maior bilheteria da história do cinema brasileiro foi vítima da covid-19 e suas complicações. Artistas lamentam perda de "gênio do humor" e alertam para gravidade da pandemia.
Por Redação, com DW - do Rio de Janeiro
Após semanas internado com covid-19, o ator e humorista Paulo Gustavo morreu na terça-feira, vítima da doença e suas complicações. Ele tinha apenas 42 anos e estreou o longa-metragem de maior bilheteria do cinema nacional.
Com uma trajetória de sucesso no teatro, na televisão e no cinema, o ator nascido em Niterói começou a ganhar visibilidade aos 26 anos, em 2004, ao participar da peça Surto, na qual interpretou, pela primeira vez, a famosa personagem Dona Hermínia, que se tornou um marco em sua carreira e foi inspirada na mãe do ator.
A personagem ganhou peça de teatro e, posteriormente, uma trilogia no cinema, que vendeu cerca de 22 milhões de ingressos. O terceiro filme da sequência, Minha mãe é uma peça 3, de 2019, se tornou o maior êxito de bilheteira da história do cinema brasileiro.
Covid-19
O ator estava na UTI devido à covid-19 desde 13 de março. Ele foi intubado e chegou a necessitar da ajuda de uma espécie de pulmão artificial. Por fim, teve uma embolia. Ele deixa dois filhos pequenos e o marido, o médico Thales Bretas.
A morte de Paulo Gustavo foi lamentada no meio artístico, com uma série de homenagens nas redes sociais e alertas sobre a gravidade da pandemia:
– O mundo perde um gênio do humor. Hoje a vida perdeu um pouco da graça. O Brasil perde um pedaço precioso seu. Que triste é ter que viver num mundo sem Paulo Gustavo – escreveu o ator e humorista Fábio Porchat no Twitter.
O youtuber Felipe Neto, também descreveu Paulo Gustavo como um gênio: "Que magnitude tinha o seu passo, sua voz, seu humor. Que absurdo era o seu talento e que dor deixa em nós, por termos visto tão pouco. Porém, mesmo em pouco, vimos tudo. O tudo de um gênio, o tudo de um transformador, de um ídolo, de um mestre", escreveu no Instagram.
– Aplaudam o grande Paulo Gustavo! O maior comediante que eu já vi! – escreveu a humorista e
apresentadora Tatá Werneck no Instagram, alertando para a gravidade da pandemia: "Prestem atenção: não deixem essa dor ser em vão. Entendam a gravidade dessa pandemia. Usem máscara. Álcool gel. Distanciamento social. Por favor. Não deixem essa dor ser em vão. Não deixem 400 mil vidas em vão."
Para Caetano Veloso, Paulo Gustavo é "a expressão da alegria brasileira". "O povo brasileiro, que encheu os cinemas para rir com Paulo Gustavo, está de luto. E deve revoltar-se contra os responsáveis por nossa vulnerabilidade frente à pandemia que nos tirou essa pessoa amada por representar nossa vocação para o sim", escreveu no Twitter.
– A Alegria está triste – escreveu o apresentador Serginho Groisman.
– Descanse em Paz meu irmão, você iluminou nossas vidas aqui na terra e agora vai iluminar aí de cima!!! – lamentou a cantora Preta Gil.
– Assassinos de Paulo Gustavo : quem dizia 'é só uma gripezinha'; 'não passa de 200 mortes'; 'cloroquina resolve'; 'gente morre todo dia'; 'Lockdown destrói o país'; 'máscara nos faz respirar ar viciado'; 'eu obedeço o comandante'. E por aí vai. Canalhas da pior espécie – escreveu o escritor Paulo Coelho.
A atriz Mônica Martelli, grande amiga do ator, postou a seguinte mensagem no Instagram: "Meu irmão, eu te amo e pra sempre vou te amar. Você foi muito bravo e agora pode descansar. Vamos lembrar de você sempre assim. Sorrindo, criando, fazendo o Brasil gargalhar."
– Um país que gargalha é um país melhor. Muito obrigado. Vá em paz – escreveu o ator Humberto Carrão.