As autoridades paranaenses investigam, ainda, a morte de um outro homem. Ele tinha 47 anos. Foi encontrado morto em sua casa e pode ter relação com o primeiro óbito anotado no Estado.
Por Redação, com ABr – de Brasília
A cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, registrou a primeira morte no Estado por intoxicação de metanol após consumo de bebida alcoólica. É um homem de 55 anos. A identidade ainda não foi revelada.

Segundo informações da Secretaria de Saúde do Paraná, a vítima foi para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade, na última terça-feira e apresentava dor abdominal. O homem informou que havia consumido bebida alcoólica um dia antes. Exames feitos após a morte do paciente confirmaram a presença de metanol em seu organismo.
Investigação
As autoridades paranaenses investigam, ainda, a morte de um outro homem. Ele tinha 47 anos. Foi encontrado morto em sua casa e pode ter relação com o primeiro óbito anotado no Estado.
O Paraná tem 22 notificações de suspeitas de intoxicação por ingestão de metanol. Desses, cinco casos foram confirmados, sendo uma morte. Há 14 descartados e dois suspeitos.
Pesquisadores brasileiros criam teste rápido para bebidas adulteradas
Em meio a uma onda de casos de intoxicação por metanol devido a bebidas adulteradas, pesquisadores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desenvolveram um nariz eletrônico que consegue identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas. Basta uma única gota da bebida para o equipamento reconhecer odores estranhos em relação à bebida original.
– O nariz eletrônico transforma aromas em dados. Esses dados alimentam a inteligência artificial que aprende a reconhecer a assinatura do cheiro de cada amostra – explica o professor Leandro Almeida, do Centro de Informática.
São apresentadas amostras de bebidas sabidamente verdadeiras para que a máquina seja calibrada para aprender a reconhecê-las e depois são apresentadas versões adulteradas.
A leitura dos aromas é feita pelo equipamento em até 60 segundos. Ele detecta não só a presença de metanol como de qualquer outro tipo de adulteração, como por exemplo, bebidas diluídas em água. Os pesquisadores prometem uma margem de segurança de 98%.
Outros usos
A tecnologia foi desenvolvida inicialmente para ser setor de petróleo e gás, como explica Leandro: “Na verdade, essa pesquisa começou há 10 anos para avaliar o odorizante do gás natural”. O odorizante é o cheiro adicionado ao gás de cozinha para detectar vazamentos.
O nariz eletrônico também pode identificar adulterações em alimentos ou mesmo para uso em hospitais para identificar, pelo cheiro, a presença de micro-organismos.
“Você pode falar de, por exemplo, a qualidade de um café, a qualidade de um pescado, de uma carne vermelha, carne branca, peixe, pescados”, explica Leandro.
Ele lembra, por exemplo, que a indústria de alimentos tem usado para verificar a qualidade do óleo de soja para produção de margarina.
O grupo de pesquisa também pensa em caminhos para viabilizar o uso da tecnologia no setor de bares, restaurantes e adegas. Umas das possiblidades é disponibilizar equipamentos para os donos dos estabelecimentos que revendem a bebida por meio de tótens acessíveis aos clientes. Outra ideia é produzir equipamentos portáteis para que a empresa que fabrica a bebida verifique, ela própria, se o produto oferecida nos estabelecimentos é realmente verdadeiro.
Leandro cogita ainda um produto desenvolvido para ser usado pelo próprio consumidor: “Nós já temos o desenho de uma canetinha para o cliente final. Para que ele mesmo consultar a sua bebida ou alimento”.
Por enquanto, a versão etílica do nariz eletrônico só foi testada em laboratório. Antes de ser comercializada, ela também precisa ser testada em ambiente real. Para tornar a tecnologia acessível estima-se que seria necessário um investimento de cerca de R$ 10 milhões.
Rec’N’Play
O nariz eletrônico foi apresentado na Rec’n’Play 2025, o festival de inovação e tecnologia que começou na quarta-feira e termina nesse sábado, no Porto Digital, em Recife.