Inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF), encerrado em 2021, rejeitou a hipótese de que uma colisão entre um ônibus e o Opala, onde estava JK, teria causado o acidente que matou o ex-presidente.
Por Redação – de Brasília
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), ligada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), avalia reabrir o caso da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em 22 de agosto de 1976, no município de Resende (RJ). Nesta sexta-feira, uma reunião na capital pernambucana do Recife decidirá sobre a reabertura do caso, segundo apurou a mídia conservadora e confirmada pela reportagem do Correio do Brasil, nesta manhã.

Inquérito civil do Ministério Público Federal (MPF), encerrado em 2021, rejeitou a hipótese de que uma colisão entre um ônibus e o Opala, onde estava JK, teria causado o acidente que matou o ex-presidente, mas atestou ser “impossível afirmar ou descartar” a hipótese de um atentado político que explicaria a perda do controle do automóvel.
“É impossível afirmar ou descartar que o veículo tivesse sido sabotado, ou mesmo que o motorista tivesse sofrido um mal súbito ou sido envenenado, vez que não há elementos materiais suficientes para apontar a causa do acidente ou que expliquem a perda do controle do automóvel”, diz o documento.
Via Dutra
As causas do acidente foram consideradas controversas desde a ocorrência dos fatos e a maioria das investigações busca apontar o motivo pelo qual o motorista, Geraldo Ribeiro, teria perdido o controle do Opala em que levava Juscelino. Os dois morreram depois que o veículo, que trafegava pela via Dutra, atravessou o canteiro central, invadiu a pista oposta da rodovia e colidiu com um caminhão carregado com 30 toneladas de gesso.
O MPF tornou público o inquérito civil em 2021. Sergio Ejzenberg, perito especialista em transportes que trabalhou de forma voluntária na apuração, apontou em laudo realizado a pedido do MPF que “a suspeita de sabotagem mecânica (do veículo de JK) não era infundada”.
De acordo com a Folha, a inclinação a retomar o caso partiu do chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e tem o apoio da presidente da CEMDP, procuradora Eugênia Gonzaga, e da maioria do colegiado.
Investigação
A coordenação-geral de apoio à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, do Ministério dos Direitos Humanos, ressaltou ao Estadão que a reabertura efetiva do caso é um “processo longo”.
Em 2024, o ex-vereador de São Paulo Gilberto Natalini, ex-presidente da Comissão Municipal da Verdade, solicitou ao Ministérios dos Direitos Humanos a reabertura da investigação sobre o caso.
Como argumentos, Natalini usou o laudo do perito e a conclusão do inquérito do MPF de que não era possível comprovar o que causou o acidente que vitimou o icônico presidente brasileiro.