Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Moradores de Gaza temem que possível trégua seja apenas uma pausa

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Terça, 27 de Fevereiro de 2024 às 15:04, por: CdB

Um acordo proposto a partir do início do mês sagrado muçulmano do Ramadã, no começo de março, poderia interromper os combates pela primeira vez desde uma breve trégua em novembro e aliviar uma catástrofe humana que está se desenrolando em Gaza.


Por Redação, com Reuters - de Gaza


Palestinos desabrigados e famintos, que temem um ataque israelense ao seu último refúgio relativamente seguro em Gaza, disseram que estão desesperados por um cessar-fogo duradouro, depois que os Estados Unidos afirmaram que uma trégua temporária poderia ser acordada em breve.




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Moradores de Gaza temem que possível trégua seja apenas uma pausa e não fim da guerra

Um acordo proposto a partir do início do mês sagrado muçulmano do Ramadã, no começo de março, poderia interromper os combates pela primeira vez desde uma breve trégua em novembro e aliviar uma catástrofe humana que está se desenrolando em Gaza.


No entanto, enquanto os negociadores discutem uma proposta de trégua de seis semanas, o Hamas, inimigo de Israel, disse que existem grandes diferenças e que ainda exige um fim permanente dos combates.


– Esperamos que seja um cessar-fogo permanente. Não queremos voltar à guerra, porque a guerra após a primeira trégua nos destruiu e destruiu nossas casas – disse Rehab Redwan, uma mulher que fugiu de sua casa em Khan Younis para se abrigar em uma barraca na beira da estrada.


– Você pode imaginar, não há comida, não há nada para beber. Não há o básico para a vida – acrescentou ela, dizendo que queria voltar para casa, mesmo que ela estivesse em escombros.


Depois de quase cinco meses de campanha aérea e terrestre de Israel, cerca de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram de suas casas, a maioria dos imóveis está danificada ou destruída, a fome se aproxima e as doenças são abundantes, dizem as agências de ajuda humanitária.


A guerra começou quando os combatentes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.


Desde então, a campanha aérea e terrestre de Israel em Gaza já matou cerca de 30 mil palestinos, segundo as autoridades de saúde do enclave governado pelo Hamas.



Trégua permanente ou temporária


Caminhando com uma criança pequena pelas ruas abarrotadas de Rafah, para onde a maioria dos residentes deslocados de Gaza fugiu e que Israel diz que planeja atacar em breve, Faraj Bakroon disse que as condições relatadas para a proposta de trégua não faziam sentido para ele.


Além de incluir apenas uma pausa de semanas nos combates, não há nenhuma indicação de que Israel permitiria que as pessoas que fugiram para o sul voltassem para suas casas no norte, especialmente se forem homens em idade militar.


– Se a trégua for como a anterior e eles recomeçarem a guerra depois que ela terminar, não queremos isso. E se não pudermos ir para o norte, então a trégua não é necessária. Vamos manter a guerra até que ela termine totalmente – disse ele.


– Como iremos de acordo com a idade que eles especificaram? Como levaremos as crianças? Não podemos deixar nossos filhos para trás e ir embora. Precisamos levá-los – acrescentou.


Ainda assim, para muitas pessoas em Gaza, qualquer interrupção no conflito seria bem-vindo, mesmo que não chegue a um cessar-fogo duradouro.


– Queremos uma trégua total na qual possamos viver – afirmou Rashad Daher. Mas ele acrescentou: "com relação a essa trégua temporária, pedimos a Deus que ela aconteça".


Ahmed al-Far, que vive em Rafah depois de fugir de sua casa na Cidade de Gaza, no norte, onde a ofensiva de Israel se concentrou primeiro, disse que esperava uma trégua "para que as pessoas possam recuperar o fôlego e curar suas feridas".


– Há de 150 a 200 mártires diariamente. É uma perda enorme para o nosso povo – declarou.




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