Forças de Defesa israelenses afirmam que hospital serve como base militar do Hamas, o que o grupo terrorista nega. Antes de entrar no hospital, as tropas se depararam com "explosivos e grupos de terroristas, e começou um confronto em que terroristas foram mortos".
Por Redação, com DW - de Gaza
As Forças de Defesa de Israel (IDF) entraram num setor do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, e estão realizando operações no local nesta quarta-feira.
Segundo as IDF, estão sendo executadas "operações precisas e direcionadas contra o Hamas numa área específica do hospital Al-Shifa, com base em informações dos serviços secretos".
Antes de entrar no hospital, as tropas se depararam com "explosivos e grupos de terroristas, e começou um confronto em que terroristas foram mortos", afirmou o porta-voz militar Daniel Hagari, sem especificar o número de mortos, embora a imprensa local afirme que foram cinco.
Hagari acrescentou que os soldados israelenses levaram ao hospital Al-Shifa incubadoras e comida para bebês. A direção do hospital afirma que há mais de 30 bebês prematuros no local.
Youssef Abu Rish, um funcionário do governo do Hamas, afirmou que tanques e soldados estão dentro do setor de emergência do hospital.
Um jornalista da agência francesa de notícias AFP relatou que soldados israelenses estão interrogando pessoas dentro do hospital, incluindo médicos e pacientes. O governo do Hamas afirmou que o local abriga 9 mil pessoas.
Sem luz e água
A direção do hospital comunicou que começou a enterrar cerca de 170 corpos numa vala comum na terça-feira.
A unidade hospitalar mais importante da Cidade de Gaza está sem abastecimento de eletricidade, água e alimentos há vários dias.
As IDF afirmaram que providenciaram rotas seguras de retirada de pessoal e já haviam dado 12 horas aos militantes palestinos para cessar todas as atividades militares dentro do hospital e apelaram a "todos os terroristas do Hamas presentes no hospital que se rendam".
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento radical palestino Hamas, relatou às Nações Unidas a morte de 40 pacientes nesta terça-feira no hospital Al-Shifa.
O Hamas é considerado uma organização terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Base militar no subsolo do hospital
De acordo com Israel, o hospital serve como base militar do Hamas. Os funcionários do hospital e o Hamas negam essa acusação.
Os Estados Unidos afirmaram também ter informações de que o Hamas e outras milícias palestinas estão usando hospitais da Faixa de Gaza e túneis no subsolo deles para se esconder, apoiar operações militares e manter reféns.
Um desses hospitais é justamente o Al-Shifa, segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que sublinhou que os Estados Unidos não apoiam ataques a estabelecimentos de saúde.
Questionado sobre provas para sustentar a afirmação de que os hospitais de Gaza estão sendo usados como esconderijo por terroristas, Kirby respondeu que elas "provêm de várias fontes de informação", sem dar mais detalhes.