O campo magnético significativamente mais fraco, menor magnetosfera e escala de tempo muito mais rápida dos processos em torno de Mercúrio, em comparação com a Terra, permitem que as partículas carregadas escapem da sua magnetosfera de forma mais eficiente.
Por Redação, com Sputnik - de Washington
Uma equipe internacional de cientistas conseguiu provar que Mercúrio, o menor planeta do Sistema Solar, tem tempestades geomagnéticas semelhantes às da Terra.
A pesquisa realizada por cientistas dos Estados Unidos, Canadá e China inclui o trabalho da professora de física espacial do Instituto Geofísico da Universidade do Alasca Fairbanks Hui Zhang.
O campo magnético significativamente mais fraco, menor magnetosfera e escala de tempo muito mais rápida dos processos em torno de Mercúrio, em comparação com a Terra, permitem que as partículas carregadas escapem da sua magnetosfera de forma mais eficiente através do sombreamento da magnetopausa e bombardeiem diretamente a superfície.
Nova análise de dados da nave espacial Messenger da NASA prova que, apesar destas diferenças substanciais, uma corrente anelar bifurcada, ou seja, um campo de partículas carregadas em forma de donut que flui lateralmente ao redor do planeta excluindo os polos pode se formar na magnetosfera de Mercúrio e desencadear tempestades magnéticas sob forte vento solar.
Uma tempestade geomagnética é uma grande perturbação na magnetosfera de um planeta causada pela transferência de energia do vento solar. Tais fenômenos na magnetosfera da Terra produzem auroras e podem interromper as comunicações de rádio.
– Os processos são bastante semelhantes aos daqui na Terra – disse Zhang sobre as tempestades magnéticas de Mercúrio. "As principais diferenças são o tamanho do planeta e que Mercúrio tem um campo magnético fraco e praticamente nenhuma atmosfera".
Tempestades geomagnéticas em Mercúrio
Confirmação das tempestades geomagnéticas em Mercúrio resulta de pesquisas que foi possível realizar por uma coincidência fortuita: uma série de ejeções de massa coronal do Sol entre os dias 8 e 18 de abril de 2015 e o fim das operações da sonda espacial Messenger, que foi lançada em 2004 e caiu na superfície do planeta em 30 de abril de 2015, no final da sua missão.
Uma ejeção de massa coronal é uma nuvem ejetada do plasma do Sol, um gás feito de partículas carregadas. Essa nuvem inclui o campo magnético incorporado do plasma.
A ejeção de massa coronal de 14 de abril provou ser a chave para os cientistas, uma vez que comprimiu a corrente anelar de Mercúrio no lado voltado para o Sol e aumentou a energia da corrente.
Nova análise de dados da Messenger mostra "a presença de uma intensificação da corrente anelar que é essencial para desencadear tempestades magnéticas", aponta estudo.
Mas isso não significa que Mercúrio possa exibir auroras como as da Terra. Na Terra, as tempestades produzem auroras quando as partículas de vento solar interagem com as partículas da atmosfera.
Em Mercúrio, no entanto, as partículas de vento solar não encontram atmosfera pelo caminho. Em vez disso, elas atingem a superfície livremente e, portanto, podem ser visíveis apenas através de exames por raios X e raios gama.