Levantamento aponta que mulheres, idosos e pessoas com menor renda são os que mais deixam de usar o aparelho em locais públicos.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Mais de 60% da população brasileira evita usar o celular enquanto caminha na rua por medo de assaltos, segundo pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Datafolha. O levantamento ouviu 1.743 pessoas em diferentes Estados e mostrou que o receio de ser vítima de roubo está diretamente ligado a fatores sociais, econômicos e de gênero.

Mulheres e idosos são os mais cautelosos
Os dados indicam que as mulheres sentem mais medo de serem assaltadas do que os homens: 68% delas afirmaram não usar o celular fora de casa para evitar riscos, enquanto entre os homens esse percentual é de 53%. A idade também influencia na sensação de insegurança — 68% das pessoas com 60 anos ou mais evitam o uso do aparelho nas ruas, contra 57% dos jovens entre 16 e 24 anos.
Educação e renda influenciam percepção de segurança
O estudo também mostrou que a escolaridade e a renda impactam no comportamento. Entre pessoas com ensino superior, 67% evitam mexer no celular em locais públicos. Quando o fator é econômico, 63% dos entrevistados com renda de até dois salários mínimos (R$ 3.036) preferem guardar o aparelho, enquanto o índice cai para 53% entre quem ganha entre cinco e dez salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 15.180).
Capitais concentram maior medo e registros de roubo
A sensação de insegurança é maior nas capitais: 69% dos entrevistados afirmaram não usar o celular nas ruas, contra 56% em cidades do interior. Em municípios com mais de 500 mil habitantes, o índice é de 68%, enquanto cai para 50% em localidades com menos de 50 mil.
Casos de roubo e furto continuam altos no país
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que o Brasil registrou 498.516 furtos e 419.232 roubos de celulares no último ano. São Paulo lidera o ranking com 287.849 ocorrências, seguido por Rio de Janeiro (58.813), Minas Gerais (50.711) e Pará (50.157).
Crescimento da criminalidade aumenta a sensação de medo
O levantamento reforça a percepção de insegurança nas grandes cidades, onde o avanço de facções e milícias, aliado ao aumento dos roubos de celulares, tem levado a população a mudar hábitos simples do dia a dia. Para muitos brasileiros, tirar o aparelho do bolso na rua se tornou sinônimo de risco.