A bocha paralímpica é praticada por atletas com grau severo de comprometimento físico-motor. São quatro classes. A BC1 e a BC2 reúnem pessoas que jogam com as mãos ou com os pés. Na BC1 é permitido que um auxiliar entregue as bolas.
Por Redação, com ABr - de São Paulo
A divisão dos atletas por gênero nas disputas individuais é a principal novidade da bocha paralímpica no ciclo dos Jogos de Paris (França), em 2024. Até a Paralimpíada de Tóquio (Japão), a separação se dava apenas por classe, com homens e mulheres competindo juntos. Uma mudança que, para o medalhista paralímpico Maciel Santos, será positiva para o Brasil. – Antes, tínhamos direito a sete medalhas (quatro no individual e três por equipes/pares). Agora, aumentou (para 11). Abriram-se novas possibilidades – disse o cearense de 36 anos, que teve paralisia cerebral no nascimento e foi eleito o melhor atleta da bocha em 2021 no Prêmio Paralímpicos, à Agência Brasil. A bocha paralímpica é praticada por atletas com grau severo de comprometimento físico-motor. São quatro classes. A BC1 e a BC2 reúnem pessoas que jogam com as mãos ou com os pés. Na BC1 é permitido que um auxiliar entregue as bolas. Na BC3, os jogadores têm apoio de uma calha para direcionar os arremessos e podem usar instrumentos específicos para empurrar a esfera. Na BC4, estão os competidores com lesão medular. Em entrevista à Agência Brasil, o diretor-técnico da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande), Leonardo Baideck, explicou que a World Boccia (federação internacional da modalidade) decidiu dividir os atletas por gênero após observar que os resultados masculinos nas classes em que bola é lançada com a mão eram melhores que os femininos. Em Tóquio, as medalhas individuais das quatro categorias foram para homens. Duas para o Brasil, ambas de prata, com José Carlos Chagas (BC1) e o próprio Maciel (BC2). Antes da divisão por gêneros, a única brasileira em um top-10 mundial era Evelyn Oliveira, sexta na classe BC3. Depois da mudança, o Brasil passou a ter cinco mulheres entre as dez melhores nas respectivas categorias: Natali de Faria (terceira) na BC2, Evelyn (segunda) e Evani Calado (quarta) na BC3 e Ercileide da Silva (sexta) na BC4. No masculino, o país tem um top-10 em cada classe. José Carlos é o mais bem colocado, na vice-liderança da BC1. Maciel está em terceiro na BC2. Na BC3, Mateus Carvalho era o 13º antes da divisão por gêneros e subiu para oitavo com o novo ranking. Na BC4, Eliseu dos Santos aparece em quarto lugar.