Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

May pede apoio para evitar que deputados frustrem o Brexit

Arquivado em:
Segunda, 14 de Janeiro de 2019 às 10:35, por: CdB

Em discurso em Stoke-on-Trent, no norte da Inglaterra, May advertiu que, se o acordo for rejeitado na votação desta terça-feira, a suspensão do Brexit seria "inclusive mais provável" do que a saída do país do bloco europeu sem um pacto bilateral.

Por Redação, com EFE - de Londres

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pediu apoio nesta segunda-feira a seu acordo de saída da União Europeia (UE) para impedir que certos deputados, em geral pró-europeus, frustrem o Brexit, que está previsto para 29 de março.
may-4.jpg
Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May
Em discurso em Stoke-on-Trent, no norte da Inglaterra, May advertiu que, se o acordo for rejeitado na votação desta terça-feira, a suspensão do Brexit seria "inclusive mais provável" do que a saída do país do bloco europeu sem um pacto bilateral. – Como vimos nas últimas semanas, há alguns em Westminster (parlamento) que pretendem atrasar e inclusive deter o Brexit, e usarão qualquer mecanismo para consegui-lo – afirmou a primeira-ministra. – Peço aos deputados que avaliem as consequências que seus atos podem ter sobre a fé dos britânicos na democracia – disse a premiê. May ressaltou que, embora não satisfaça a todos, seu pacto é "o único sobre a mesa" e lembrou que o parlamento tem a obrigação de "cumprir com o resultado do referendo de 2016", que deu a vitória ao Brexit. Em alusão às supostas manobras de alguns deputados, entre eles conservadores pró-europeus, para tentar controlar a agenda parlamentar e definir o processo futuro caso o pacto governamental seja derrotado, May questionou: "O que aconteceria se nos encontrássemos em uma situação na qual o parlamento tentasse retirar o Reino Unido da UE em oposição a um voto em favor da permanência (no bloco)?". – A fé do povo no processo democrático e em seus políticos poderia sofrer um prejuízo catastrófico – alertou a líder conservadora. Com esse discurso, May se referiu às supostas múltiplas tramas que, segundo a imprensa, vários grupos de deputados estão elaborando para tomar o controle da agenda parlamentar, normalmente determinada pelo Poder Executivo, a fim de definir os passos a serem seguidos se o tratado oficial for rejeitado.

Acordo

Se suas manobras prosperarem, os parlamentares poderiam impulsionar moções para, por exemplo, adiar ou suspender o artigo 50 do Tratado de Lisboa - o que deteria o Brexit - ou vetar uma saída não negociada. A Câmara dos Comuns prossegue esta tarde com as discussões de cinco dias sobre o acordo de saída da UE, que terminará amanhã com a histórica votação. A fim de obter apoio de última hora, o governo divulgou algumas cartas nas quais a UE oferece garantias de que é muito improvável que a cláusula de segurança para evitar uma fronteira física na ilha da Irlanda seja aplicada, um dos pontos mais polêmicos do tratado. Se May perder a votação nesta terça-feira, terá que apresentar um plano B em um prazo de três dias úteis, no máximo até 21 de janeiro, momento em que os deputados descontentes com seu plano poderiam manobrar para forçar uma alternativa. Também é esperado que, em algum ponto do processo, o Partido Trabalhista apresente uma moção de censura contra o governo, que poderia levar a eleições gerais.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo