Fiscalização constatou vazamento de óleo, falta de manutenção e más condições de acessibilidade nas embarcações Gávea 1 e Corcovado.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Duas das cinco embarcações da empresa Barcas Rio foram interditadas na manhã desta terça-feira após uma vistoria realizada pela Marinha do Brasil, com participação da Secretaria Estadual de Transportes, da Agetransp e Comissão de Transporte da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A ação ocorreu no Terminal do Cocotá, na Ilha do Governador, e foi solicitada pelo deputado estadual Marcelo Dino (União Brasil).

As barcas Gávea 1, que opera a linha Ilha do Governador–Praça XV, e Corcovado, responsável pelo trajeto Praça XV–Niterói, foram retiradas de circulação por apresentarem vazamento de óleo e ausência de condições mínimas de operação. Após as interdições, restam apenas três embarcações ativas na frota.
Irregularidades e riscos à segurança
Durante a inspeção, foram encontradas diversas irregularidades nas embarcações, incluindo falta de manutenção, ar-condicionado inoperante, ausência de acessibilidade adequada para pessoas com deficiência, e carência de equipamentos de primeiros socorros. Os fiscais também identificaram banheiros em condições precárias, bebedouros sem água e coletes salva-vidas mofados — falhas consideradas graves para a segurança dos passageiros.
A vistoria começou às 8h e teve como objetivo verificar as condições estruturais e operacionais da frota, diante das denúncias de usuários e da superlotação registrada principalmente na linha da Ilha do Governador.
Pedido de auditoria e ampliação de horários
O deputado Marcelo Dino, autor do pedido de vistoria, afirmou que solicitará à Secretaria de Transportes um estudo técnico para ampliar os horários da linha da Ilha, além de uma auditoria financeira na empresa responsável pelo serviço. Segundo ele, a Barcas Rio recebe cerca de R$ 2 milhões mensais da Prefeitura do Rio para operar o trajeto Praça XV–Niterói.
Com a interdição, a circulação de passageiros entre a capital e municípios da Região Metropolitana pode sofrer novos atrasos e sobrecarga nos horários de pico. A Marinha informou que as embarcações só poderão voltar a operar após a correção das irregularidades e a realização de nova vistoria técnica.
Campanha do MetrôRio
Entre o início de setembro e a última quinta-feira, o MetrôRio registrou 151 objetos caídos nos trilhos das linhas em operação em terras fluminenses — uma média de mais de quatro ocorrências por dia. Segundo a concessionária, o ranking é liderado por fones de ouvido, seguidos de celulares e, em terceiro, sandálias e calçados.
Diante da frequência de casos, o MetrôRio tem reforçado o protocolo de segurança para os passageiros e alerta para o risco de tentar recuperar o objeto por conta própria. A orientação — inclusive com avisos nas estações — é procurar um funcionário da estação ou usar o interfone para acionar a equipe de operações, responsável pela retirada com segurança.
A recuperação é feita fora dos horários de pico, por questões logísticas e de segurança. Como os trilhos são energizados, o procedimento exige interrupção da circulação e acompanhamento em tempo real pelo Centro de Controle Operacional, na Central.
Campanha reforça regras de segurança nos trens e estações
A concessionária lançou no início de setembro a campanha Pacto de Segurança, que reúne orientações sobre comportamentos de risco nas estações e plataformas. Entre os oito pontos destacados, o alerta sobre a queda de objetos nos trilhos é uma das prioridades.
Outras regras de prevenção contra riscos incluem não correr para embarcar; não ultrapassar a faixa amarela que cria uma distância segura entre o trem e a plataforma; pedir ajuda a funcionários em caso de insegurança nas escadas rolantes; e não usar celular ou correr nas escadas.
“Um celular pode ser substituído. A sua vida, não”, alerta a iniciativa.