Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Manifesto reúne sociedade civil contra ameaça golpista do presidente

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Quinta, 05 de Agosto de 2021 às 12:46, por: CdB

O documento intitulado ‘Eleições serão respeitadas’, publicado em veículos da mídia conservadora, expressa ainda confiança nas urnas eletrônicas e na Justiça Eleitoral, que também são alvo do presidente, com ataques à credibilidade do sistema e defesa de voto impresso.

Por Redação - do Rio de Janeiro
O manifesto assinado por mais de 250 acadêmicos, empresários, intelectuais, políticos, banqueiros, artistas e outras personalidades da sociedade civil envolvidas no debate público, a maioria absoluta ligada à direita, pede respeito às eleições de 2022 e a garantia de realização do pleito, em resposta às ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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A urna eletrônica merece a confiança da sociedade civil, segundo manifesto assinado por pesos pesados dos setores público, acadêmico e da iniciativa privada
O documento intitulado ‘Eleições serão respeitadas’, publicado em veículos da mídia conservadora, expressa ainda confiança nas urnas eletrônicas e na Justiça Eleitoral, que também são alvo do presidente, com ataques à credibilidade do sistema e defesa de voto impresso. "Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil", afirma o texto do anúncio, citando a crise sanitária, social e econômica, com mortes pela Covid-19 e o desemprego. "Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades (…). Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática”, acrescenta.

Urna eletrônica

O documento afirma que "o princípio-chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos”. Afirma também que "a Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo". "Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias. O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados", conclui o texto. A iniciativa é endossada por empresários como Luiza Trajano, Sonia Hess, Chieko Aoki, Jayme Garfinkel, Guilherme Leal, Horácio Lafer Piva e Carlos Jereissati Filho e por líderes religiosos como o cardeal dom Odilo Scherer e o rabino Michel Schlesinger.

Mobilização

Assinam o manifesto os economistas Arminio Fraga, Ana Carla Abrão, André Lara Resende, Edmar Bacha, Elena Landau, Ricardo Paes de Barros, Samuel Pessôa, Ilan Goldfajn, Alexandre Schwartsman, Pedro Malan e Persio Arida. Aderiram também ao movimento os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles. Celso Lafer, Ricardo Young, Oded Grajew, João Moreira Salles, Maria Alice Setubal, Ana Lúcia Vilela, Candido Bracher, Luis Terepins, Monja Coen, Hélio Mattar, Renato Janine Ribeiro e Paulo Vannucchi são outros representantes da sociedade civil entre os signatários. Também participam pessoas com trajetória na política, como Cristovam Buarque, Roberto Freire, Andrea Gouvêa Vieira e Eduardo Jorge, e os professores Oscar Vilhena Vieira, Paulo Sérgio Pinheiro, Silvio Meira, Carlos Melo, Cláudio Couto, Carlos Ari Sundfeld e Floriano de Azevedo Marques, entre outros.

Eleições

Assinam o texto, ainda, os médicos Drauzio Varella, José Gomes Temporão, Margareth Dalcolmo e Raul Cutait, os atores Marcos Palmeira e Regina Braga, as ativistas Priscila Cruz e Rosangela Lyra e a executiva Rachel Maia. A mobilização também inclui o site (www.eleicaoserespeita.org), em que o documento estará aberto a novas adesões. — O questionamento do nosso exitoso sistema eleitoral é uma cópia malfeita daquilo que vimos nas eleições (norte-)americanas, com a questão do voto pelo correio. É uma tentativa de tirar a credibilidade de um resultado eleitoral adverso e que precisa ser barrada pela sociedade. A sociedade civil brasileira, que é muito forte, precisa se levantar contra isso — diz Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo e um dos apoiadores do manifesto. Para a diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos, Juana Kweitel, que também referendou o texto, trata-se de "um movimento de 'basta' da sociedade brasileira às ameaças do presidente de não respeitar o resultado da eleição". — É um manifesto muito plural. O fato de estarem juntas pessoas que pensam diferente em muitos temas faz dele algo bastante representativo e relevante — conclui Kweitel.
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