Manifestantes protestam contra importação de soja na Alemanha
Membros do Greenpeace escrevem mensagem em cargueiro com soja vinda do Brasil e alertam para destruição de florestas no país. Grupo exige que governo alemão proíba importação de commodity produzida em regiões desmatadas.
Membros do Greenpeace escrevem mensagem em cargueiro com soja vinda do Brasil e alertam para destruição de florestas no país. Grupo exige que governo alemão proíba importação de commodity produzida em regiões desmatadas.
Por Redação, com DW - de Berlim
O Greenpeace protestou neste domingo contra a importação de soja no porto de Brake, no norte da Alemanha. Ativistas da ONG ambientalista pintaram a inscrição "crime climático" no casco de um cargueiro carregado com o grão proveniente do Brasil.
Ativistas escrevem "crime climático" em cargueiro carregado com o soja do Brasil
O grupo se aproximou do navio com um pequeno barco e pendurou ainda uma faixa no guindaste que tiraria a carga da embarcação. "Emergência climática. A ração de soja destrói as florestas", dizia a faixa.
Segundo a ONG, a importação de soja voltada para a pecuária de massa agrava os problemas climáticos, além de contribuir para destruição de ecossistemas fundamentais para a redução da concentração de dióxido de carbono.
– Nós exigimos que o governo alemão interrompa imediatamente a importação de soja originária da destruição da floresta. Ao mesmo tempo, o governo deve fornecer incentivos para que a agricultura local assegure a criação apropriada com um número menor de animais – afirmou o especialista em agricultura do Greenpeace, Dirk Zimmerman.
O especialista disse ainda que para frear os impactos da pecuária de massa nas mudanças climáticas é necessária a redução do consumo de global de carne pela metade até 2050. Na Europa e na América do Norte, essa diminuição deve ficar entre 70 e 90%.
Brasil
Segundo Zimmerman, a produção de soja no Brasil mais do que quadruplicou nos últimos 20 anos, principalmente devido ao aumento do consumo de carne. O grão amplamente usado na alimentação de animais. O especialista responsabilizou o agronegócio voltado para a produção de ração por dois terços do desmatamento na América do Sul.
O protesto no porto de Brake ocorreu no âmbito da reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que acontece desde sexta-feira em Genebra, na Suíça. A ação dos ativistas visava atrair a atenção dos participantes para os impactos da produção de soja.