A inclusão desse tema reflete a posição de Lula quanto à necessidade de regular o ambiente digital, garantindo que a liberdade de expressão não seja usada como desculpa para desestabilizar democracias e pregar o ódio e a violência.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estrutura o discurso que irá proferir à Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Assembleia Geral na semana que vem, com base nas ameaças que significam as redes sociais à democracia, com destaque para o impacto das campanhas de desinformação que circulam, ao redor do mundo.
Conforme apurou Jamil Chade, correspondente do portal de notícias UOL, rascunhos do discurso a que teve acesso, construído em colaboração com departamentos do Itamaraty e a missão do Brasil na ONU, incluem críticas à forma como plataformas digitais são usadas para atacar instituições democráticas. A inclusão desse tema reflete a posição de Lula quanto à necessidade de regular o ambiente digital, garantindo que a liberdade de expressão não seja usada como desculpa para desestabilizar democracias e pregar o ódio e a violência.
O presidente, ainda segundo Chade, deverá reforçar a importância de uma reforma no sistema internacional, mencionando organismos como a ONU e o FMI, e sua posição como líder do G20. Em ocasiões relacionadas, Lula também discutirá temas como a preservação ambiental e a cooperação internacional.
Desempenho
Em sua visita a Nova York, entre os próximos dias 22 e 23, Lula participará de uma série de encontros, incluindo a reunião com cerca de 20 países para enfrentar a extrema direita e as ameaças à democracia. Mais de 30 chefes de estado solicitaram reuniões com o presidente brasileiro durante sua estadia.
Outra preocupação do presidente, a ser debatida com outros chefes de Estado, é o apoio à economia dos países emergentes. Lula adiantou alguns pontos do seu posicionamento nesta terça-feira, ao discursar sobre a importância dos micro e pequenos empreendedores para a economia brasileira. No Palácio do Planalto, nesta manhã, Lula participou da assinatura de convênios entre Sebrae, representações setoriais e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), para impulsionar exportações.
Segundo o presidente, ninguém esperava o desempenho econômico que o país atingiu durante o seu terceiro mandato.
— Nenhum de vocês imaginava, e muito menos o chamado mercado financeiro imaginava, que a gente estivesse na situação em que a gente está hoje. Vocês percebem que as coisas estão mudando. O dinheiro nesse país tem que girar, circular, não pode ficar parado na mão de pouca gente — concluiu.