Ao final do encontro, o Brasil receberá de forma simbólica o comando rotativo do bloco. O G20 reúne representantes de 19 países e da União Europeia, nações representam cerca de 80% da economia global.
Por Redação, com agências internacionais - de Nova Délhi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na tarde desta sexta-feira na capital da Índia, onde participará da 18ª edição da cúpula de chefes de Estado e governo do G20 neste sábado e no domingo. Lula embarcou na véspera, à noite, após participar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, que celebrou o aniversário da independência do Brasil.
Ao final do encontro, o Brasil receberá de forma simbólica o comando rotativo do bloco. O G20 reúne representantes de 19 países e da União Europeia, nações representam cerca de 80% da economia global. Segundo o governo, o Brasil presidirá o G20 pela primeira vez desde a criação do grupo, em 1999. O mandato irá de dezembro deste ano a novembro de 2024. O Rio de Janeiro será a sede da cúpula do grupo no próximo ano.
Ministro das Relações Exteriores, o diplomata Mauro Vieira afirmou em entrevista à TV estatal do governo que Lula abordará na cúpula do G20 temas como desenvolvimento sustentável e combate à desigualdade. O presidente também deve reforçar a defesa do fim da guerra entre Ucrânia e Rússia, segundo Vieira.
Cúpula
O tema da reunião dos chefes de Estado das 20 nações mais desenvolvidas, ‘Uma Terra · Uma Família · Um Futuro’, foi extraído do antigo texto sânscrito de Maha Upanishad, que ressalta o valor de toda a vida – humana, animal, vegetal e microrganismos – e a sua interligação no planeta Terra e no Universo. O país sediará o encontro em meio ao clima de um grande ufanismo, após a Índia realizar o primeiro pouso de uma sonda espacial, no polo sul da Lua.
O G20 foi criado em 1999 na esteira da crise financeira que abalou a Ásia dois anos antes. Em princípio, era uma reunião de ministros da economia e presidentes de bancos centrais dos países com maior representatividade econômica do mundo. Ele foi idealizado com um fórum para a cooperação econômica internacional e para impulsionar os mecanismos de governança global.
Ainda em 2008, durante a crise financeira estabelecida após da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, o fórum foi elevado para uma reunião de chefes de Estado. A reunião de cúpula anterior ocorreu em Bali, na Indonésia. O tema principal do encontro deveria ter sido a superação dos efeitos recessivos da pandemia e a recuperação econômica, mas, naquele momento, as atenções dos líderes mundiais se voltavam para a guerra na Ucrânia e seus impactos.
Crescimento
“Alguns líderes eram favoráveis à exclusão da Rússia, mas a ideia foi rejeitada pela maioria dos integrantes. A declaração final fez menção à guerra, mas evitou de condenar explicitamente o governo de Vladimir Putin. A solução encontrada para se conseguir aprovar uma declaração conjunta foi a de reiterar as posições de cada membro do G20 na Assembleia Geral da ONU e, ainda, citar a preocupação com os danos provocados pela guerra, como a restrição ao crescimento do PIB mundial, o aumento da inflação, a piora da insegurança energética e alimentar e, por fim, a elevação dos riscos para a estabilidade financeira”, sublinhou Marcos Cordeiro Pires, professor da Unesp. Docente dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Marília) e Relações Internacionais “San Tiago Dantas” (Unesp-Unicamp-PUC-SP).
“Outras menções foram feitas acerca da cooperação internacional para o combate de pandemias, a importância da ciência e tecnologia e inovação para o desenvolvimento e o enfrentamento dos efeitos da mudança climática”, concluiu.