Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Lula chega em casa e descansa, após cinco dias internado

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Domingo, 15 de Dezembro de 2024 às 15:18, por: CdB

O presidente apareceu, de surpresa, na coletiva de imprensa concedida pela equipe médica que o acompanha desde a última terça-feira, quando foi submetido a uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça, entre o osso do crânio e o cérebro.

Por Redação – de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu alta hospitalar e deixou o Hospital Sírio-Libanês, neste domingo. Em sua residência na capital paulista, onde permanecerá até quinta-feira desta semana, o presidente almoçou e descansou após cinco dias internado.

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Lula apareceu de surpresa na coletiva de imprensa realizada no Hospital Sírio e Libanês

Lula apareceu, de surpresa, na coletiva de imprensa concedida pela equipe médica que o acompanha desde a última terça-feira, quando foi submetido a uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça, entre o osso do crânio e o cérebro.

 

Recuperação

O cardiologista Roberto Kalil Filho; o neurologista Rogério Tuma; o neurocirurgião Marcos Stávale; a médica do presidente, Ana Helena Gremoglio; e o médico José Guilherme Caldas, que realizou o procedimento de embolização no presidente, concordaram de forma unânime que a recuperação do paciente foi “excepcional”.

— O quadro foi extremamente acima do esperado. Para minha felicidade e de toda a equipe, ele está de alta hospitalar — disse a médica Ana Helena Gremoglio.

Kalil Filho, no entanto, esclareceu que o presidente “está de alta hospitalar, não alta médica”. Por isso, disse o cardiologista, Lula continuará em São Paulo por mais alguns dias, para acompanhamento. Na próxima quinta-feira, deverá passar por exames no hospital, entre eles, uma tomografia, para então ser completamente liberado. Atualmente, o chefe do Executivo poderá exercer suas atividades normalmente nesse período, mas precisará evitar exercícios físicos.

— Ele está estável, caminhando, se alimentando, falando normalmente. Ele teve um pós-operatório muito bom, dentro do que se esperava — afirmou Kalil.

 

Mercosul

Aos jornalistas, durante a coletiva, Lula comentou sobre uma série de assuntos. Entre eles, a conclusão das negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia que, para o presidente, era uma “questão de honra”.

Em seu pronunciamento, Lula explicou que achava que estava “curado” depois de ter sofrido uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro passado, por isso decidiu participar da cúpula de presidentes do Mercosul, em 5 e 6 de dezembro, no Uruguai, ocasião em que foi anunciada a conclusão das tratativas com a UE.

— Era questão de honra fazer o acordo, porque eu tinha dito à companheira Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] que se não tivesse acordo eu não iria mais participar de acordo nenhum. E conseguimos fazer — afirmou.

O tratado passará agora pelo processo de revisão legal e tradução, antes de ser submetido à assinatura das partes, o que deve levar cerca de um ano. Após essa etapa, o acordo precisará ser ratificado pelos dois blocos.

 

Braga Netto

Para Lula, ao comentar a prisão do general Braga Netto, na véspera, é preciso ter paciência para que a Justiça faça o seu trabalho, mas se as acusações forem provadas, a punição deve ser exemplar.

— O que aconteceu essa semana, com a decretação da prisão do general Braga (Netto), eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático. Eu acho que ele tem todo direito à presunção de inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham. Todo o direito e todo o respeito para a lei ser cumprida. Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente — pontuou.

Braga Netto é um dos alvos do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no país após as eleições de 2022, incluindo, de acordo com a Polícia Federal (PF), uma conspiração para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e que era então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Valores

O militar teve o indiciamento confirmado e poderá se tornar réu após análise pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

— Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente ter gente de alta graduação militar tramando a morte do presidente da República, tramando a morte do seu e tramando a morte de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral — lamentou.

O presidente da República afirmou, por fim, que sua meta é retomar uma normalidade democrática no país e criticou o legado do governo Bolsonaro.

— Na verdade, o Brasil não teve um governo de 2019 a 2022, o Brasil teve uma praga de gafanhoto, que resolveu destruir os valores, o respeito à democracia, às instituições, à governabilidade desse país — concluiu.

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