O serviço de segurança federal da Rússia (FSB) prendeu Gershkovich no mês passado por acusações de espionagem amplamente consideradas falsas pela Casa Branca, outros países ocidentais.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
O Kremlin disse nesta terça-feira que o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich "violou a lei russa" e foi pego "em flagrante", depois que o Departamento de Estado dos Estados Unidos o designou oficialmente como tendo sido "detido injustamente" pela Rússia.
O serviço de segurança federal da Rússia (FSB) prendeu Gershkovich no mês passado por acusações de espionagem amplamente consideradas falsas pela Casa Branca, outros países ocidentais, o Wall Street Journal, dezenas de organizações de mídia e grupos de direitos humanos.
A determinação dos Estados Unidos de que ele foi "detido injustamente" significa que o país acredita que ele foi alvo principalmente por ser cidadão norte-americano, e a transferência do caso do Departamento de Estado para o escritório do Enviado Especial para Assuntos de Reféns eleva o perfil político da questão.
Questionado sobre a decisão dos EUA nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, repetiu a posição da Rússia de que Gershkovich infringiu a lei.
– Não entendo que tipo de inovações este novo regime está introduzindo. Quanto ao que isso significa, não sei – disse Peskov sobre a designação. Ele afirmou que Gershkovich foi "pego em flagrante e violou as leis da Federação Russa", antes de acrescentar: "É disso que ele é suspeito, mas é claro que o tribunal tomará uma decisão".
Casos criminais
Mais de 99% dos casos criminais na Rússia terminam em condenação e o país há muito é criticado por monitores de direitos humanos por falta de independência judicial.
A Rússia não apresentou nenhuma evidência para apoiar a ação contra Gershkovich, a qual está ocorrendo em segredo porque a Rússia diz que os materiais do caso são confidenciais.
Na próxima semana, um tribunal ouvirá um recurso da equipe jurídica de Gershkovich contra a ordem de mantê-lo em prisão preventiva na prisão de Lefortovo, em Moscou, até 29 de maio.