Os ataques visaram instalações de produção e transmissão de energia elétrica nas regiões de Poltava (leste), Kirovogrado (centro), Zaporizhia (sul), Lviv, Ivano-Frankivsk e Vinnytsia (oeste), segundo o ministro.
Por Redação, com CartaCapital – de Kiev
As forças russas executaram nesta quarta-feira um “ataque em larga escala” durante a noite, com mísseis e drones, contra instalações do setor de energia da Ucrânia, que deixou pelo menos um morto e vários feridos, denunciaram as autoridades ucranianas. Além disso, Moscou anunciou que tomou o controle de duas localidades próximas da frente de batalha.
– O inimigo não desiste de seus planos de privar os ucranianos de energia elétrica. Um novo ataque em larga escala contra a nossa indústria energética! – escreveu o ministro da Energia, German Galushchenko, no Telegram.
O presidente, Volodymyr Zelensky, criticou mais uma vez o “terror russo”.
Os ataques visaram instalações de produção e transmissão de energia elétrica nas regiões de Poltava (leste), Kirovogrado (centro), Zaporizhia (sul), Lviv, Ivano-Frankivsk e Vinnytsia (oeste), segundo o ministro.
A empresa nacional de energia elétrica, Ukrenergo, emitiu um alerta para possíveis cortes do serviço e pediu aos ucranianos um uso moderado da energia elétrica para enfrentar uma situação “particularmente difícil”.
A Ukrenergo destacou que este é o quinto ataque “em larga escala” contra a rede de energia ucraniana desde 22 de março.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou em um comunicado que efetuou um “ataque coletivo” em resposta à “tentativa do regime de Kiev de danificar as instalações de energia russas”.
O grupo DTEK, maior investidor privado no setor energético da Ucrânia, afirmou que três centrais termelétricas foram “gravemente danificadas”.
A empresa destacou que suas instalações foram bombardeadas quase 180 vezes desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
A Ukrenergo afirmou que está trabalhando para superar os cortes de energia elétrica em uma “situação particularmente difícil”, recorrendo inclusive ao fornecimento de emergência de países europeus.
A Rússia bombardeia há vários meses o sistema de energia da Ucrânia, o que provocou danos materiais significativos e cortes no abastecimento.
O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, anunciou a criação de um novo grupo de trabalho governamental para “coordenar as ações para superar as consequências do terror energético russo”, já pensando no próximo inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).
Avanços russos
A Rússia anunciou nesta quarta-feira que suas tropas capturaram duas localidades na frente de batalha na Ucrânia, uma delas na região de Kharkiv (nordeste), de onde foram obrigadas a recuar em 2022.
Unidades do Exército russo “libertaram a localidade de Kislivka, na região de Kharkiv, e Novokalinove, na região leste de Donetsk, informou o Ministério da Defesa.
A Rússia continua avançando, aproveitando o desgaste das tropas ucranianas, o menor número de soldados e a escassez de munições após o atraso no envio de ajuda militar do Ocidente.
A Força Aérea Ucraniana anunciou que derrubou 39 dos 55 mísseis lançados pela Rússia, assim como 20 dos 21 drones de ataque.
O comando militar da cidade de Kiev informou que bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS dispararam vários mísseis de cruzeiro contra a capital, que permaneceu em estado de alerta por três horas. Todos os mísseis foram derrubados, segundo as autoridades ucranianas.
Os ataques noturnos mataram uma mulher de 65 anos em Bilozerka, uma localidade da região de Kherson. Mais de 10 pessoas ficaram feridas em diversos pontos do país, incluindo uma criança de oito anos na área de Kirovohrad.