A notícia mentirosa da ex-secretária da Cultura referia-se a um montante que a falecida primeira-dama teria investido no mercado financeiro. Mencionava R$ 256 milhões quando, na verdade, eram cerca de R$ 26 mil.
Por Redação - de São Paulo
Condenada pela 12ª Vara Cível de Brasília por compartilhar notícia falsa contra Dona Marisa Letícia Lula da Silva, ex-primeira-dama no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a atriz e ex-secretária da Cultura do governo Jair Bolsonaro (sem partido), a atriz Regina Duarte foi obrigada, judicialmente, a publicar em seu perfil no Instagram um pedido público de desculpas.
“No dia 11 de April de 2020, reproduzi no meu Instagram uma informação sobre o inventário do patrimônio da falecida D. Marisa Letícia Lula da Silva que apesar de ter sido obtida de fontes oficiais públicas e amplamente divulgada por meios de comunicação, veio posteriormente a revelar-se errada e eventualmente corrigida pelos órgãos judiciais relevantes. Assim que tomei conhecimento de que a informação partilhada estava incorreta, apaguei voluntária e prontamente a postagem do meu Instagram”, escreveu a atriz na rede social, em publicação disponibilizada neste sábado.
A notícia mentirosa da ex-secretária da Cultura referia-se a um montante que a falecida primeira-dama teria investido no mercado financeiro. Mencionava R$ 256 milhões quando, na verdade, eram cerca de R$ 26 mil. A notícia falsa teria sido resultado de um “erro” do juiz Carlos Henrique André Lisbôa, da 1ª Vara da Família e das Sucessões de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Dias depois da publicação, ele voltou atrás e reconheceu que o valor do inventário estava incorreto.
Fake news
A divulgação errada do magistrado motivou grupos e influenciadores bolsonaristas nas redes sociais, que fizeram alarde com a informação falsa. Entre eles, Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente da República. Regina Duarte, que tem cerca de 2,3 milhões de seguidores no Instagram, foi processada pela família de D. Marisa Letícia.
Regina Duarte disse ainda, em relação à decisão judicial que a condenou, que se trata de uma sentença “paradigmática e exemplar no que remete à defesa da liberdade de expressão e também reveladora sobre o perigo das fake news em nossa sociedade”.