A Polícia Federal não divulgou nomes dos suspeitos e informou que as investigações prosseguem sob segredo de Justiça.
Por Redação, com Reuters - de Brasília
A Justiça Federal de Mato Grosso decretou o sequestro de 11 fazendas do Estado com valores estimados que ultrapassam R$ 250 milhões no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas de recursos provenientes de contrabando e outros ilícitos, informou a PF nesta quarta-feira.
De acordo com a PF, a ação deflagrada em parceria com a Receita Federal tem como objetivo cumprir 13 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Paraná, e também a fiscalização pela Receita de empresas associadas ao grupo investigado.
A Polícia Federal não divulgou nomes dos suspeitos e informou que as investigações prosseguem sob segredo de Justiça.
Temer vira réu na Lava Jato
O ex-presidente de facto, Michel Temer tornou-se réu na terça-feira em processos ligados à operação Lava Jato no Rio de Janeiro, informou a Justiça Federal Fluminense.
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio, aceitou denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF), uma no âmbito da operação Descontaminação, que apura irregularidades em obras da usina nuclear de Angra 3, e outra em contratos de publicidade no aeroporto de Brasília.
Com a decisão, Bretas transformou Temer em réu nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato (apropriação de verbas públicas).
O ex-presidente é acusado pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro de ter recebido propinas da empresa Engevix em troca de contratos com a Eletronuclear para realizar obras em Angra 3 e de envolvimento na contratação fictícia de uma empresa de publicidade no aeroporto de Brasília como forma de dissimular o pagamento de propina.
Também tornaram-se réus o ex-ministro Moreira Franco, o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e amigo pessoal de Temer João Baptista Lima Filho, o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva.
– Observo, portanto, que o órgão ministerial expôs com clareza os fatos criminosos e suas circunstâncias, fazendo constar a qualificação dos denunciados e a classificação dos crimes – escreveu Bretas em sua decisão.
Temer, Moreira e o Coronel Lima foram presos no dia 21 de março no âmbito da operação Descontaminação e soltos no dia 25 por decisão liminar do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da Segunda Região. O Ministério Público recorreu da decisão do desembargador para que o ex-presidente seja novamente preso.
Em nota, o advogado Eduardo Carnelós, que representa Temer, disse que o recebimento da denúncia por Bretas já estava anunciado e voltou a negar que o ex-presidente tenha cometido irregularidades.
– Reitere-se o que já se disse quando do oferecimento das imputações: Michel Temer nunca praticou nenhum dos crimes narrados, e as acusações insistem em versões fantasiosas, como a de que Temer teria ingerência nos negócios realizados por empresa que nunca lhe pertenceu – afirmou.
– Ainda que tardiamente, essas e as demais acusações que se fazem ao ex-presidente terão o destino que merecem: a lata de lixo da História! – afirmou o advogado.
Mais cedo, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou Temer pelo crime de lavagem de dinheiro.
Temer também tornou-se réu, na semana passada, na Justiça Federal do Distrito Federal no processo que trata do caso em que o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures recebeu, supostamente como intermediário do ex-presidente, uma mala com R$ 500 mil que, segundo o Ministério Público, era dinheiro de propina paga pelo grupo J&F, controladora da JBS.