O resultado, nesta Olimpíada, é inferior ao dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, quando foram conquistadas três medalhas (sendo uma de ouro, com Rafaela Silva), mas manteve a tradição do Brasil na modalidade. Foi a décima edição seguida em que o país subiu ao pódio olímpico.
Por Redação, com ABr - de Tóquio
O judô brasileiro se despediu da Olimpíada de Tóquio (Japão) com apenas duas medalhas de bronze conquistadas. A participação chegou ao fim neste sábado, após queda nas quartas de final do torneio por equipes mistas.
O resultado é inferior ao dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, quando foram conquistadas três medalhas (sendo uma de ouro, com Rafaela Silva), mas manteve a tradição do Brasil na modalidade. Foi a décima edição seguida em que o país subiu ao pódio olímpico.
— A gente tem a equipe masculina em um processo de renovação, diferente da feminina, que tem atletas experientes e algumas jovens, como a Larissa (Pimenta). A equipe masculina só tem o Baby (Rafael Silva) com maior bagagem. Esses Jogos foram diferentes. A gente teve muita dificuldade na preparação. Um atleta jovem precisa rodar mais, ter possibilidade de treinar mais com europeus e asiáticos, o que a pandemia (do novo coronavírus) dificultou. A gente buscou alternativas, conseguimos algumas coisas no fim, mas não foi suficiente para chegar como gostaríamos — disse Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), a jornalistas.
Resultado
Dos sete atletas do time masculino, apenas Rafael Silva (que luta na categoria acima de 100 quilos) e Rafael Buzacarini (até 100 kg) tinham disputado alguma Olimpíada anteriormente. Baby, inclusive, acumula duas medalhas olímpicas de bronze. Na delegação feminina, as estreantes foram Gabriela Chibana (até 48 kg) e Larissa Pimenta (até 52 kg). As outras quatro representantes estiveram nos Jogos em outras edições.
— Vejo uma evolução. Em janeiro, fomos ao World Masters (uma das mais importantes competições do circuito mundial), em Doha (no Catar), e saímos sem medalha nenhuma. (Neste sábado) saímos dos Jogos Olímpicos com duas medalhas, com a superação incrível de uma atleta (Mayra Aguiar) para conquistar a terceira medalha olímpica da carreira e um rosto novo (Daniel Cargnin), que trouxe um grande resultado (bronze na categoria até 66 kg), exemplo da renovação. Acho que dentro do que a gente pôde, conseguimos um bom resultado. Mantivemos a chama do judô brasileiro aceso. Claro, gostaríamos de mais, mas a avaliação é boa — conforma-se.
O judô é a modalidade que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil. São 24 ao todo, sendo quatro ouros, três pratas e 17 bronzes.
Os bronzes nos Campeonatos Mundiais de 2019 e 2021 criaram a expectativa de o Brasil lutar pelo pódio na disputa por equipes. O torneio, inédito na Olimpíada, reuniu judocas em seis categorias pré-determinadas: três masculinas (até 73 quilos, até 90 kg e acima de 90 quilos) e três femininas (até 57 kg, até 70 kg, acima de 70 kg).
Repescagem
Como o Brasil não teve representante na categoria até 57 kg em Tóquio, o posto foi ocupado por Larissa Pimenta, que compete um peso abaixo (até 52 kg). Outra improvisação, essa de última hora, teve de ser feita na categoria acima de 70 kg - onde as titulares costumam ser as judocas da categoria acima de 78 kg. Com a lesão de ligamento de Maria Suellen Altheman na sexta-feira (30), Mayra Aguiar foi ao tatame no lugar. Medalhista entre as atletas até 78 kg, a gaúcha, assim como Larissa, teria de encarar rivais mais pesadas que o usual.
O Brasil estreou contra a Holanda. Mayra e Daniel venceram seus combates, mas Larissa, Maria Portela, Rafael Macedo e Baby não resistiram e os brasileiros foram derrotados por 4 a 2, caindo para a repescagem, onde poderiam disputar o bronze. Diante de Israel, Mayra e Portela saíram vitoriosas do tatame, mas Larissa, Eduardo Barbosa, Eduardo Yudy Santos e Rafael Buzacarini não tiveram a mesma sorte e os israelenses ganharam o duelo por 4 a 2.
O ouro por equipes ficou com a França, que surpreendeu o anfitrião - e principal favorito - Japão por 4 a 1. O resultado teve gosto de revanche para os europeus, que haviam perdido as finais dos últimos quatro Mundiais para os japoneses. Israel (superando o Comitê Olímpico Russo) e Alemanha (batendo a Holanda) levaram o bronze.