Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2025

Jornalismo cultural brasileiro perde Deborah Dumar, aos 68 anos

Deborah Dumar, uma das maiores editoras de Cultura do Brasil, faleceu aos 68 anos. Conheça sua trajetória e legado no jornalismo cultural.

Quarta, 02 de Julho de 2025 às 18:15, por: Gilberto de Souza

Filha da produtora de teatro e shows Norma Dumar e sobrinha do jornalista Antônio Carlos Lourenço, Deborah tinha trânsito livre entre artistas e celebridades.

Por Redação – do Rio de Janeiro

O jornalismo brasileiro perdeu, nesta quarta-feira, uma de suas maiores editoras de Cultura. Deborah Dumar, aos 68 anos, faleceu vítima de uma grave infecção pulmonar. Deborah editou o Caderno B do Jornal do Brasil, o Caderno de Cultura da Tribuna da Imprensa e do diário conservador carioca O Globo, ao longo de sua carreira. Filha da produtora de teatro e shows Norma Dumar e sobrinha do jornalista Antônio Carlos Lourenço, Deborah tinha trânsito livre entre artistas e celebridades. Após se formar em Jornalismo, foi trabalhar no Jornal do Brasil, na Avenida Brasil, 500, em 1974, e o Caderno B foi o caminho natural.

Jornalismo cultural brasileiro perde Deborah Dumar, aos 68 anos | A jornalista Deborah Dumar foi uma referência para o noticiário cultural brasileiro
A jornalista Deborah Dumar foi uma referência para o noticiário cultural brasileiro

“Entusiasta do Carnaval, sua intimidade com as coxias do teatro e os artistas, e a “energia incrível” para encarar desafios, como recorda Beatriz Bonfim, chamaram a atenção de colegas mais veteranas do B, então comandado por Humberto Vasconcelos, como Norma Couri (a quem chamava de “mãe”) e Jouelle Roucheau, que recorda com saudade inúmeros carnavais que cobriram juntas”, lembra o editor-chefe do JB, jornalista Gilberto Menezes Côrtes.

Na Glória

“Vem dessa época, aliás, muitas das histórias com que divertia os amigos. Como a da matéria feita com um cantor hoje consagrado (e já com 72 anos) que, na época, iniciava-se na carreira. No dia em que a pauta foi publicada, ela recebe na sua mesa telefonema do artista reclamando que o texto deveria ter sido publicado na capa do B. Ainda no JB, ela ficou toda contente ao ser escalada para cobrir um festival de jazz na cidade. A alegria acabou quando soube que ficaria do lado de fora, abordando quem abandonasse o show. Dumar achou um absurdo e, à noite, viu que seu editor tinha razão. A debandada foi grande, e ela fez então um dos muitos textos criativos da sua carreira”, rememora o também jornalista Christovam de Chevalier, editor do blog NewMag.

Moradora da Glória, Dumar era muito popular no bairro e mantinha mesa cativa no bar e restaurante Vila Rica, esquina das ruas da Glória e Cândido Mendes, onde morava. O velório será nesta quinta-feira, no Memorial do Carmo, no Caju, com início às 10h30.

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