A mais próxima das 19 galáxias chama-se NGC5068, a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra. A mais distante é a NGC1365, a aproximadamente 60 milhões de anos-luz da Terra. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, o equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros.
Por Redação, com Reuters - de Washington
Um pacote com novas imagens capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb mostram, em detalhes, 19 galáxias espirais relativamente próximas da nossa Via Láctea, oferecendo novas pistas sobre a formação das estrelas, além da estrutura e evolução galácticas.
As imagens foram divulgadas na segunda-feira por uma equipe de cientistas envolvida no projeto Física em Alta Resolução Angular em Galáxias Próximas (Phangs, na sigla em inglês), que opera em diversos observatórios astronômicos importantes.
A mais próxima das 19 galáxias chama-se NGC5068, a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra. A mais distante é a NGC1365, a aproximadamente 60 milhões de anos-luz da Terra. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, o equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros.
O Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) foi lançado em 2021 e começou a coletar dados em 2022, renovando a compreensão dos primórdios do universo e tirando fotografias maravilhosas dos cosmos. O observatório em órbita olha para o universo principalmente por infravermelhos. O Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990 e ainda operacional, o havia examinado especialmente em comprimentos de onda ópticos e ultravioletas.
Galáxias espirais, similares a enormes cata-ventos, são um tipo comum de galáxia. A nossa Via Láctea é uma delas.
As novas observações foram feitas pela Câmera Quase-Infravermelha (NIRCam) do Webb e pelo Instrumento de Infravermelhos Médios (Miri). Eles mostram aproximadamente 100 mil bolsões de estrelas e milhões ou talvez bilhões de estrelas individuais.
“Esses dados são importantes porque eles nos dão uma nova visão da fase inicial da formação estelar”, disse o astrônomo da Universidade de Oxford Thomas Williams, que liderou o processamento de dados das imagens da equipe.
– As estrelas nascem nas profundezas de nuvens de poeira que bloqueiam completamente a luz nos comprimentos de onda visíveis, ao que o Telescópio Espacial Hubble é sensível, mas essas nuvens iluminam-se nos comprimentos de onda do James Webb. Não sabemos muito sobre essa fase, nem sequer quanto tempo dura na verdade, e por isso esses dados serão vitais para entender como as estrelas começam sua vida nas galáxias – acrescentou Williams.
Galáxias espirais
Cerca de metade das galáxias espirais tem uma estrutura reta, chamada de barra, que sai do centro galáctico ao qual os braços espirais estão anexados.
– O pensamento comum é que as galáxias se formam de dentro para fora, então vão se tornando cada vez maiores ao longo de sua vida. Os braços espirais agem para varrer o gás que se transformará em estrelas, e as barras agem para canalizar esse gás em direção ao buraco negro central da galáxia – disse Williams.
As imagens permitem que os cientistas possam distinguir pela primeira vez a estrutura das nuvens de poeira e gás, das quais estrelas e planetas se formam em alto nível de detalhe, em galáxias além da Grande Nuvem de Magalhães e da Pequena Nuvem de Magalhães, consideradas satélites galácticos da Via Láctea.
– As imagens não são apenas esteticamente espantosas, elas também contam uma história sobre o ciclo de formação e feedback da estrela, que são a energia e o impulso libertados por jovens estrelas ao espaço entre estrelas – disse a astrônoma Janice Lee, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore, principal investigador dos novos dados.