Antes de ser hospitalizado, o ex-presidente teria mandado uma mensagem para deputados e senadores para informar sobre a cirurgia e também solicitar apoio ao PL da Anistia.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido a uma cirurgia no hospital particular DF Star, em Brasília, na manhã deste domingo, para reverter o quadro de obstrução intestinal.
Na última sexta-feira, Bolsonaro foi hospitalizado após passar sentir fortes dores abdominais no início da sua viagem ao Rio Grande do Norte. No último boletim médico, divulgado no sábado pelo Hospital Rio Grande, os médicos disseram que o ex-capitão estava se alimentando por sonda e iria continuar internado na capital potiguar, por decisão da família e dos médicos que o assistem.
A nova cirurgia acontece mais de seis anos após a facada que Bolsonaro levou na barriga enquanto disputava as eleições em 2018. Desde o episódio, o ex-presidente já passou por cinco procedimentos no abdômen.
Antes de entrar em cirurgia, o ex-presidente teria enviado em grupos de WhatsApp uma mensagem solicitando apoio aos deputados e senadores ao Projeto de Lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro – e pode livra-lo de uma possível condenação após ação penal pela trama golpista.
De acordo com a mensagem obtida pelo site Poder360, Bolsonaro também defendeu diminuir a pena da cabeleireira Débora Rodrigues do Santos, que foi sentenciada em 14 danos de reclusão após ser presa por pichar a estátua do STF com um batom nos atos golpistas. De acordo com ele, os cinco crimes imputados a ela são impossíveis.
Em março, Debora foi condenada a 14 anos de reclusão pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
– Imaginemos a cena: a Polícia Federal arrancando a Débora de casa com seus filhos de 10 e 7 anos chorando, sendo levada de volta à penitenciária – destacou o ex-presidente.
Na tarde de sábado, o ex-presidente disse na rede X que foi internado às pressas após dores intensas e que talvez passasse por uma cirurgia em São Paulo ou Brasília. O ex-presidente também comentou que talvez não tenha percebido na hora a gravidade do caso, mas este teria sido o quadro mais grave desde o atentado.
– Passamos a vida prontos para qualquer batalha: política, jurídica, eleitoral, física até… Mas às vezes o que nos derruba não é o inimigo de fora, é o nosso próprio corpo. […] Depois de tantos episódios semelhantes ao longo dos últimos anos, fui me acostumando com a dor e com o desconforto. Mas, desta vez, até os médicos se surpreenderam. O Dr. Claudio Birolini me explicou que este foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida em 2018 – destacou.
Leia a íntegra da mensagem compartilhada neste domingo:
“Sr Deputado/Senador:
Peço repassar para aqueles que são contra à Anistia Humanitária.
Modular a pena da Débora (batom), passando de 14 para 10 anos de prisão, continua sendo uma brutal injustiça, já que seu crime é impossível.
Imaginemos a cena: a Polícia Federal arrancando a Débora de casa, com seus filhos de 10 e 7 anos chorando, sendo levada de volta à penitenciária.
Deus ilumine cada um dos 513 deputados e 81 senadores em seus votos. Se com nossas decisões pavimentamos a nossa eternidade, esse voto tem um peso capital.
Domingo, logo mais, às 8h00 me submeto à mais uma cirurgia, ainda decorrente da facada de 06/set/2018. Ao meu lado, o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser, tudo ocorrerá bem.
Jair Bolsonaro”.
