A extradição contra o homem de 87 anos, morador de Sorbolo, na província de Parma, havia sido decidida a pedido do governo argentino pela Corte de Apelação de Bolonha, e confirmada pela Corte de Cassação.
Por Redação, com ANSA - de Roma
A Itália revogou a decisão de extraditar para a Argentina o ex-capelão militar Franco Reverberi Boschi, acusado de crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar de seu país, que durou entre 1976 e 1983.
A decisão foi tomada pelo ministro da Justiça, Carlo Nordio, que considerou os problemas de saúde de Reverberi.
A extradição contra o homem de 87 anos, morador de Sorbolo, na província de Parma, havia sido decidida a pedido do governo argentino pela Corte de Apelação de Bolonha, e confirmada pela Corte de Cassação.
O religioso ítalo-argentino era capelão auxiliar da 8ª Esquadra de Exploração Alpina de San Rafael, em Mendoza, e é acusado de envolvimento em crimes cometidos em um centro de detenção clandestino conhecido como "La Departamental".
Reverberi fugiu do país em 2011, enquanto a Argentina se preparava para começar a julgar processos por crimes contra a humanidade no período ditatorial, quando depoimentos de sobreviventes e familiares começaram a comprometê-lo.
Casos de tortura
Um primeiro pedido de extradição foi apresentado em 2013, mas os tribunais italianos rejeitaram a solicitação porque a acusação apontava exclusivamente casos de tortura. Isso porque, na Itália, esse crime não é imprescritível, salvo quando associado a outros delitos puníveis com prisão perpétua.
No entanto, novos depoimentos do processo apontaram também a participação do ex-capelão em sequestros, torturas e no homicídio durante o regime militar do militante peronista José Guillermo Berón, à época com 20 anos, cujo corpo nunca foi encontrado.