Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2025

Itália: esquerda e M5S mostram união na véspera de eleição presidencial

Para ser eleito, um candidato precisa obter dois terços dos 1009 votos disponíveis (673), mas esse patamar vale apenas para os três primeiros escrutínios. Se o pleito chegar até a quarta votação, passa a ser necessária apenas a maioria simples (505).

Domingo, 23 de Janeiro de 2022 às 09:12, por: CdB

 

Para ser eleito, um candidato precisa obter dois terços dos 1009 votos disponíveis (673), mas esse patamar vale apenas para os três primeiros escrutínios. Se o pleito chegar até a quarta votação, passa a ser necessária apenas a maioria simples (505).

Por Redação, com ANSA - de Roma

Após uma reunião na manhã deste domingo, os líderes do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), do Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) e da coalizão Livres e Iguais (LeU, esquerda) mostrou unidade do bloco para a indicação de nomes para a disputa da Presidência da República, que se inicia nesta segunda-feira.
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Conte afirmou que grupo não debateu nomes, mas quer perfil 'de alto nível'
– Servem candidatos de alto perfil, amplamente apoiados e que estejam aptos a representar todos os italianos. Nas próximas horas, vamos promover discussões necessárias para chegar a uma mesa com todos os grupos parlamentares para indicar um nome conjunto – diz a nota oficial assinada por Enrico Letta, Giuseppe Conte e Roberto Speranza. Os três ainda informaram que uma reunião será realizada amanhã pela manhã, antes do início da votação, para "definir o comportamento para a primeira votação". Fontes ouvidas pela agência italiana de notícias ANSA e que acompanharam o encontro afirmaram que o bloco deve votar em branco no primeiro escrutínio. A decisão foi tomada um dia depois da desistência de Silvio Berlusconi de tentar ser presidente do país. O ex-premiê tinha sido apresentado como candidato pelo bloco de direita, que reúne o Força Itália (FI, centro-direita), Liga (extrema-direita) e Irmãos da Itália (FdI, extrema-direita), e que segundo as pesquisas de opinião tem cerca de 50% dos votos dos cidadãos.

A decisão

– Eu estou satisfeito, foi tudo muito bem. Estou otimista e estou ainda mais quando trabalho pelo interesse do país – disse o ex-premiê Conte aos jornalistas após o fim da reunião. Questionado se houve um acordo sobre um nome para o cargo, o líder do M5S disse que não houve debate sobre isso. A senadora Loredana De Petris, liderança do LeU no Senado, seguiu na mesma linha e disse que essa foi uma reunião "muito positiva" e que o trabalho "está em andamento". Apesar da negativa de Conte sobre a falta de debates sobre nomes, uma indicação que ganhou força neste fim de semana foi de alguém que não estava entre os mais cotados: trata-se do historiador e professor universitário Andrea Riccardi, 72 anos. O estudioso já foi ministro para a Cooperação Internacional e Integração durante o governo de Mario Monti (2011-12) e é um dos fundadores da organização católica dedicada à caridade, à promoção da paz e à evangelização Comunidade Santo Egídio. A possível escolha de Riccardi atenderia a maior exigência do PD e do M5S: que o indicado à Presidência tenha um perfil institucional e não tenha ligações político-partidárias muito fortes - um dos principais problemas, por exemplo, na indicação de Berlusconi.

Eleição

A escolha do presidente da Itália para substituir Sergio Mattarella começará nesta segunda-feira e deve prosseguir durante a semana. Para ser eleito, um candidato precisa obter dois terços dos 1009 votos disponíveis (673), mas esse patamar vale apenas para os três primeiros escrutínios. Se o pleito chegar até a quarta votação, passa a ser necessária apenas a maioria simples (505). Essa diferença é uma maneira de incentivar os partidos a buscar um consenso o mais amplo possível. Até o momento, não há um nome apontado como favorito e já foi até mesmo cogitada a possibilidade do atual premiê, Mario Draghi, ser o mandatário - mas a ideia é rechaçada pelas principais forças políticas italianas, que veem no economista a estabilidade necessária para encerrar a legislatura, em 2023, sem grandes sustos ou problemas. A questão é que o atual governo é formado por um grande espectro de orientações políticas e ideológicas, que vão da extrema-direita à centro-esquerda (dos grandes partidos, atualmente, apenas o FdI não faz parte da coalizão).
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