Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Israel não aceitará Estado palestino, diz Netanyahu a líderes do Ocidente

Benjamin Netanyahu afirmou ainda que seu governo vai expandir a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, em resposta ao reconhecimento do Estado palestino por parte de países ocidentais.

Segunda, 22 de Setembro de 2025 às 10:15, por: CdB

Benjamin Netanyahu afirmou ainda que seu governo vai expandir a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, em resposta ao reconhecimento do Estado palestino por parte de países ocidentais.

Por Redação, com Lusa – de Jerusalém

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que não haverá Estado palestino, em vídeo dirigido a líderes ocidentais, principalmente do Reino Unido, Canadá e da Austrália, que reconheceram esse Estado.

Israel não aceitará Estado palestino, diz Netanyahu a líderes do Ocidente | Mensagem foi dirigida a países que reconheceram esse Estado
Mensagem foi dirigida a países que reconheceram esse Estado

– Tenho uma mensagem clara para os líderes que reconhecem um Estado palestino após o massacre atroz de 7 de outubro: vocês estão a oferecer uma enorme recompensa ao terrorismo – disse Netanyahu na mensagem em vídeo, divulgada pelo seu gabinete.

“Tenho outra mensagem para vocês: isso não vai acontecer. Nenhum Estado palestino será criado a oeste do [Rio] Jordão”, acrescentou.

Benjamin Netanyahu afirmou ainda que seu governo vai expandir a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, em resposta ao reconhecimento do Estado palestino por parte de países ocidentais.

– Durante anos, impedi a criação desse Estado terrorista, apesar das enormes pressões, tanto dentro do país quanto internacionalmente. Fizemos com determinação e sabedoria política.

Segundo Netanyahu, foram duplicados os colonatos judeus na Judeia e Samaria [como Israel chama a Cisjordânia] e continuaremos nesse caminho”, acrescentou.

O premiê israelense prometeu uma resposta na próxima semana.

– A resposta à última tentativa de nos impor um Estado terrorista no coração do nosso país será dada após o meu regresso dos Estados Unidos. Vamos esperar – advertiu.

Benjamin Netanyahu vai aos Estados Unidos nesta semana, para participar da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, estando também previsto encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump.

Assembleia Geral da ONU

Nesta segunda-feira, véspera do início da Assembleia Geral da ONU, a França e Arábia Saudita promovem conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, na qual Paris deverá formalizar o reconhecimento do Estado palestiniano.

Segundo a presidência francesa, além de Paris, também a Bélgica, Malta, Luxemburgo, Andorra e San Marino vão formalizar o reconhecimento durante a conferência da ONU.

Antes da mensagem do primeiro-ministro, o governo israelense já tinha rejeitado “categoricamente a declaração unilateral de reconhecimento de um Estado palestino feita pelo Reino Unido e outros países”, segundo comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Para Israel, essa decisão “não promove a paz” e “desestabiliza ainda mais a reunião”.

De acordo com o governo israelense, a declaração “mina as hipóteses de alcançar uma solução pacífica no futuro” e recompensa os assassinatos cometidos pelo grupo islâmico palestino Hamas nos ataques de 77 de outubro de 2023.

“A medida vai contra qualquer lógica de negociação e de procura de um compromisso entre duas partes e afasta ainda mais a paz desejada”, insistiu o MNE israelense na nota, que acusa a Autoridade Palestina, representante do Estado palestino na ONU, de não ter tomado “as medidas necessárias para combater o terrorismo”.

“A Autoridade Palestina é parte do problema, não da solução”, argumentou, lembrando que o presidente norte-americano, Donald Trump, impediu a delegação palestina de entrar nos Estados Unidos para participar na semana de alto nível das Nações Unidas.

Em outra mensagem, publicada na rede social X, a diplomacia israelense condenou a decisão do Reino Unido de reconhecer o Estado da Palestina e descreveu a medida como uma “recompensa para o jihadista Hamas”.

“O reconhecimento nada mais é do que uma recompensa para o Hamas, encorajado pela sua filial da Irmandade Muçulmana no Reino Unido”, disse o ministério, também no X.

“Os próprios líderes do Hamas admitem abertamente: esse reconhecimento é consequência direta, fruto do massacre de 7 de outubro (2023)”, acrescentou o comunicado, apelando a Londres que não deixe a ideologia jihadista ditar suas políticas”.

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