Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Israel ataca sul da Faixa de Gaza em meio à viagem regional de Blinken

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Quinta, 11 de Janeiro de 2024 às 11:34, por: CdB

No pequeno território palestino, a aviação israelense multiplicou seus bombardeios contra o setor de Khan Yunis, a principal cidade do sul de Gaza e epicentro dos combates nas últimas semanas, segundo várias testemunhas.


Por Redação, com CartaCapital - de Gaza


Aviões israelenses bombardearam intensamente o sul da Faixa de Gaza nesta quinta-feira, em meio à viagem regional do secretário de Estado nortepamericano, Antony Blinken, para evitar uma conflagração do conflito.




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Depois de quase uma semana no Oriente Médio, Blinken disse que seus interlocutores transmitiram-lhe a necessidade de se “evitar” a propagação da guerra

O diplomata norte-americano chegou ao Cairo para uma reunião com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, cujo país desempenhou um papel fundamental no acordo sobre uma trégua de uma semana no final de novembro.


Paralelamente, a guerra também foi pauta na Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde a África do Sul acusou Israel de violar a Convenção para a Prevenção do Genocídio, queixas que o presidente israelense, Isaac Herzog, chamou de “absurdas”.


– Nenhum ataque armado no território de um Estado, por mais grave que seja (…) justifica que se viole a convenção – disse o ministro sul-africano de Justiça, Ronald Lamola, perante o mais alto tribunal da ONU. “A resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro ultrapassou esta linha e dá origem a violações da convenção”, acrescentou.


No pequeno território palestino, a aviação israelense multiplicou seus bombardeios contra o setor de Khan Yunis, a principal cidade do sul de Gaza e epicentro dos combates nas últimas semanas, segundo várias testemunhas.


O Hamas disse que os ataques israelenses na noite passada deixaram 62 mortos em toda a Faixa.


– Os combates se desenvolvem no subsolo, na superfície, em um território muito, muito complexo, ante um inimigo que preparou sua defesa durante um período muito longo e de uma forma muito organizada – declarou o chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi.



Obstáculos “quase intransponíveis”


As organizações internacionais alertam para uma catástrofe sanitária em Gaza, onde 85% da população foi deslocada e a ajuda humanitária chega muito devagar.


A distribuição de ajuda enfrenta obstáculos “quase intransponíveis”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.


Em Rafah, cidade no extremo-sul da Faixa de Gaza onde centenas de milhares de palestinos se refugiaram, um médico aposentado transformou sua loja em uma sala de primeiros socorros para atender os feridos.


– À noite, às vezes ficamos até as onze, ou depois da meia-noite, quando tudo está fechado e é impossível entrar no carro, ou ir ao hospital. Cuidamos dos feridos e depois eles podem ir para o hospital – disse Zaki Shaheen à agência francesa de notícias AFP.


A guerra eclodiu em 7 de outubro com o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo balanço da AFP baseada nos números das autoridades israelenses.


Israel prometeu aniquilar o movimento palestino, considerado um grupo terrorista por Israel, UE e Estados Unidos, e lançou uma operação militar contra Gaza que deixou pelo menos 23.357 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.



Ataques no Mar Vermelho


Apesar dos inúmeros esforços diplomáticos para pôr fim às hostilidades, a guerra entrou em seu quarto mês, entre temores de uma conflagração em uma região onde o Hamas conta com vários aliados no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iêmen.


No norte de Israel, as trocas de disparos com o movimento libanês Hezbollah têm sido quase diárias desde o início da guerra e se intensificaram depois de um ataque atribuído a Israel ter matado o número dois do Hamas em Beirute, em 2 de janeiro.


As hostilidades também aumentam no Mar Vermelho, onde forças britânicas e americanas abateram esta semana 18 drones e três mísseis lançados pelos rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã e do Hamas.


Os inúmeros ataques dos huthis nessa importante rota comercial marítima fizeram o tráfego de navios porta-contêineres cair 70%, disse à AFP Ami Daniel, fundador e líder do Windward, um grupo de assessoria sobre transporte marítimo.


Nesse contexto, Blinken faz uma viagem por diferentes países da região que o levou a se reunir com líderes israelenses e com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmud Abbas. A AP perdeu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas em 2007 e agora exerce apenas um poder limitado na Cisjordânia ocupada.


Os Estados Unidos querem ver reformas nessa instituição para que ela possa assumir um papel de liderança no futuro de Gaza após a guerra.


Na reunião de quarta-feira, Abbas e Blinken discutiram “a importância da reforma da Autoridade Palestina (…) para que esta possa assumir, de forma eficaz, a responsabilidade de Gaza”, disse o diplomata americano, que reiterou seu apoio à criação de um Estado palestino.


Depois de quase uma semana no Oriente Médio, Blinken disse que seus interlocutores transmitiram-lhe a necessidade de se “evitar” a propagação da guerra e de se “desenvolver uma melhor maneira de avançar para a região e, em particular, para israelenses e palestinos”.




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