No ano passado, enquanto o PIB cresceu 2,9%, a formação bruta de capital fixo (investimento) recuou 3%, embora tenha dado algum sinal de melhora no quarto trimestre, quando subiu 0,9% e interrompeu quatro trimestres seguidos de queda.
Por Redação - de Brasíllia e São Paulo
Os investimentos começam a voltar ao país, após um decréscimo acelerado ao longo dos últimos anos. Em 2023, o aporte dos investidores declinou e a participação do capital privado na economia ficou em um patamar bastante fraco, a 16,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A tendência, no entanto, é a retomada do crescimento neste ano, ainda que não haja a completa reversão do quadro de fragilidade estrutural.
A economia brasileira tende a ser favorecida por uma conjuntura positiva, com a sequência do ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic) e de alguma redução da incerteza na condução da política econômica pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No ano passado, enquanto o PIB cresceu 2,9%, a formação bruta de capital fixo (investimento) recuou 3%, embora tenha dado algum sinal de melhora no quarto trimestre, quando subiu 0,9% e interrompeu quatro trimestres seguidos de queda.
— (O crescimento em 2024) É um bom sinal, mas estamos vindo de uma queda e uma base de comparação baixa — afirmou a jornalistas, nesta segunda-feira, Juliana Trece, pesquisadora e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
A instituição prevê que a formação bruta de capital fixo vai crescer 3,4% este ano.
— Por enquanto, não está sendo previsto nada surpreendente. A expectativa é tímida, mas, pelo menos, é de um crescimento — acrescentou Trece.
Energia
Ao longo dos últimos meses, o país atraiu cerca de US$ 35 bilhões (cerca de R$ 175 bilhões) em investimentos e, agora, o Brasil se prepara para um novo ciclo de aportes bilionários entre este ano, até 2026.
O setor de energia, por exemplo, vai demandar cerca de R$ 225 bilhões em novos investimentos para viabilizar a expansão da geração de eletricidade e redes de transmissão para fazer chegar energia a todas as regiões do país.
Para viabilizar a expansão da geração do cenário de referência do Plano Decenal de Expansão (PDE), até o ano de 2031, estima-se que, quase R$ 192 bilhões devem ser captados até o fim de 2026.