“A inflação é a maior em quase 20 anos, 19 anos e três meses, para ser preciso. Bateu em 11,3% ao ano em março. É a segunda maior desde 1999, desde o início do sistema de metas para a inflação, e é o segundo surto de preços mais duradouro desde então. Ainda vai durar mais: deve ficar acima de 10% até pelo menos agosto”.
Por Altamiro Borges - de São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro, também já apelidado de Bolsocaro, está matando o povo de fome. A inflação oficial não para de subir. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 1,62%. É a maior taxa para o mês desde 1994. Em um ano, a inflação acumulada é de 11,30%. Combustíveis e alimentos são os maiores vilões. Ainda de acordo com o índice do IBGE, produtos e serviços do segmento de transporte aumentaram, em média, 3,02% no mês, quase o dobro da inflação geral. “Essa alta foi causada principalmente pelo aumento dos combustíveis para os consumidores (6,70%), com destaque para a gasolina, que subiu 6,95%”, descreve o jornal Brasil de Fato.A alta dos combustíveis e dos alimentos
– Tivemos um reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobras para os distribuidores, no dia 11 de março. Houve também altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%) – detalhou o Gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Pedro Kislanov, que acrescentou: “Além dos combustíveis, outros componentes ajudam a explicar a alta no grupo, como o transporte por aplicativo (7,98%) e o conserto de automóvel (1,47%). Nos transportes públicos, tivemos também reajustes nas passagens dos ônibus em Curitiba, São Luís, Recife e Belém”. Como explicou, esses aumentos impactam diretamente no preço dos alimentos.Carestia seguirá em alta
E a tragédia da carestia ainda deve durar vários meses. Para Vinicius Torres Freire, em matéria da Folha, “a inflação é a maior em quase 20 anos, 19 anos e três meses, para ser preciso. Bateu em 11,3% ao ano em março. É a segunda maior desde 1999, desde o início do sistema de metas para a inflação, e é o segundo surto de preços mais duradouro desde então. Ainda vai durar mais: deve ficar acima de 10% até pelo menos agosto”. “A redução do preço da energia elétrica, a partir de metade de abril, deve conter um pouco da alta do IPCA (que deve continuar). Caso o real se valorize ou permaneça no atual preço, deve haver alguma ajuda também… No entanto, mesmo com a valorização da moeda brasileira neste 2022 e alguma moderação na carestia do petróleo, o preço do barril em reais ainda é cerca de 16% maior do que no início do ano. Tem gordura para queimar aí”, conclui o colunista da Folha.Tema central da campanha eleitoral
Nesse cenário trágico, em que a inflação corrói o poder de compra dos trabalhadores, o abutre financeiro Paulo ‘Offshore’ Guedes, ministro da economia do laranjal, ainda afirma que os reajustes salariais podem “destruir a nossa economia”, de acordo com postagem do site Metrópoles no último dia 7.Jair Bolsonaro é, de fato, um laranja funcional da cloaca burguesa! Mas esse será seu principal ponto fraco nas eleições. Não adianta o fascista tentar fugir desse tema com manobras diversionistas, suas fake news e sua pauta conservadora de costumes. É preciso gravar na sua testa o apelido de Bolsocaro, não perdendo o foco do principal da campanha.
Altamiro Borges, é jornalista.
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