Entre os grupos de produtos e serviços, a maior contribuição (0,24 p.p.) em outubro veio de alimentação e bebidas. O segmento teve alta de 1,17%. A pesquisa do IBGE contempla 16 capitais e regiões metropolitanas. No acumulado de 12 meses, 12 metrópoles têm IPCA acima de 10%. Curitiba (PR) é aquela com maior inflação.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a disparar e acelerou para 1,25% em outubro, acima das projeções de analistas. Puxada por gasolina e passagens aéreas, a taxa é a maior para o mês desde 2002, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Analistas de mercado consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg projetavam variação de 1,06%. Em setembro, a alta do IPCA havia sido de 1,16%. Com o resultado de outubro, a inflação acumulada em 12 meses permanece acima de dois dígitos, alcançando 10,67%. Trata-se do maior acumulado desde janeiro de 2016 (10,71%).
O IPCA fica, assim, ainda mais distante do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), em 12 meses. O teto é de 5,25% em 2021 e o centro da meta é de 3,75%. Em outubro, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram, com destaque para transportes. Esse segmento teve a maior variação (2,62%) e o principal impacto no índice do mês (0,55 ponto percentual).
Sexta alta
O resultado de transportes foi influenciado pelos combustíveis (3,21%). A política de preços da Petrobras leva em consideração as cotações do petróleo no mercado internacional, que subiram com a reabertura da economia global, e o comportamento do dólar, acima de R$ 5.
Segundo o IBGE, a gasolina avançou 3,10% em outubro. Assim, teve o principal impacto individual (0,19 ponto percentual) no IPCA do mês. Foi a sexta alta consecutiva dos preços desse combustível. A gasolina acumula disparada de 42,72% nos últimos 12 meses.
Os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%) também subiram em outubro.
Reflexos
Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE, lembrou que o aumento dos combustíveis acaba pressionando itens diversos ao longo da cadeia produtiva. Valores de fretes de mercadorias ficam mais caros, por exemplo.
— Isso acaba afetando outros componentes — disse, a jornalistas.
Um dos reflexos da alta dos combustíveis aparece nas passagens aéreas. Em outubro, o item subiu 33,86%, respondendo pelo segundo maior impacto individual no IPCA (0,15 ponto percentual).
Câmbio
Segundo Kislanov, a alta das passagens é comum em outubro. Mas a elevação foi turbinada por impactos adicionais do combustível (querosene de aviação) mais alto. Também pesou a demanda maior por viagens, estimulada pela vacinação contra a Covid-19.
— É comum a alta [das passagens] em outubro. Mas também há a depreciação cambial e o aumento do combustível. Isso pode ter contribuído. Houve ainda o aumento da demanda — afirmou.
Entre os grupos de produtos e serviços, a maior contribuição (0,24 p.p.) em outubro veio de alimentação e bebidas. O segmento teve alta de 1,17%. A pesquisa do IBGE contempla 16 capitais e regiões metropolitanas. No acumulado de 12 meses, 12 metrópoles têm IPCA acima de 10%. Curitiba (PR) é aquela com maior inflação: 13,48%. Belém (PA) tem o menor índice (9,27%).