O PMI do setor industrial informado pelo IHS Markit subiu a 38,3 em maio, depois de despencar a 36,0 em abril. Apesar da alta, o indicador permaneceu abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo terceiro mês seguido.
Por Redação - de São Paulo
A contração da atividade industrial do Brasil mostra deterioração sem precedentes em meio aos impactos de medidas do combate ao coronavírus no país. Os dados estão na pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.
O PMI do setor industrial informado pelo IHS Markit subiu a 38,3 em maio, depois de despencar a 36,0 em abril. Apesar da alta, o indicador permaneceu abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo terceiro mês seguido.
Pressão
Apesar da desaceleração das perdas, as empresas sinalizaram fortes contrações da produção e das novas encomendas em maio, levando a uma queda recorde da atividade de compras e à continuidade das perdas de emprego.
— A pesquisa de maio indicou que o setor industrial do Brasil continuou sob intensa pressão. Somando-se às preocupações das empresas esteve outro considerável aumento nos custos de insumos, com os produtos denominados em dólar registrando alta dos preços — destacou o diretor econômico do IHS Markit, Paul Smith, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters.
Compras
As empresas continuaram a atribuir as perdas na produção no segundo ritmo mais forte na história da pesquisa e nas novas encomendas às restrições sobre a atividade relacionadas à pandemia. O mesmo cenário levou a mais uma substancial queda nas novas encomendas para exportação, chegando ao nono mês de contrações.
Diante disso, a redução de gastos permaneceu dando o tom às indústrias brasileiras, que reduziram as atividades de compras no ritmo mais rápido já registrado e fecharam vagas pelo terceiro mês seguido.
Demanda
Já os preços dos insumos mostraram forte aumento em maio, graças principalmente a movimentos cambiais desfavoráveis, com forte alta do dólar ante o real durante parte do mês. Mas, apesar da queda na demanda, as empresas optaram por elevar seus preços cobrados.
Por outro lado, a confiança sobre o futuro melhorou em maio após mínima de 49 meses de abril, com as empresas indicando algum otimismo de que quando o surto do coronavírus for controlado, haverá recuperação tanto da produção quanto da demanda. Entretanto, ainda permanecem algumas preocupações de uma prolongada retração global.