O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por Redação - de São Paulo
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em fevereiro ante janeiro, para 91,1 pontos, menor patamar desde abril de 2021, informou nesta sexta-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 1,7 ponto no mês, quinta queda consecutiva. No setor de serviços, o pessimismo também empurrou para baixo a credibilidade na economia, embora os comerciantes estejam mais otimistas.
“A confiança empresarial recua novamente em fevereiro ainda sob impacto da ômicron sobre atividades presenciais, dos problemas de abastecimento de insumos em alguns segmentos industriais, da inflação elevada e do aumento recente das taxas de juros”, avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota divulgada nesta sexta-feira.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
Por setores
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 3,2 pontos em fevereiro ante janeiro, para 88,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) aumentou 1,9 ponto, para 93,3 pontos. Entre os grandes setores que integram o ICE, comércio e construção mostraram reação na confiança em fevereiro, sob influência de uma melhora nas expectativas.
A confiança da construção subiu 0,9 ponto em fevereiro ante janeiro, enquanto o comércio aumentou em 2,1 pontos. A confiança dos serviços caiu 2,0 pontos. Já a indústria teve queda de 1,7 ponto. Em fevereiro, a confiança avançou em 24 dos 49 segmentos integrantes do ICE.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.841 empresas dos quatro setores entre os dias 1 e 23 de fevereiro.
Serviços
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) também recuou 2,0 pontos na passagem de janeiro para fevereiro, na série com ajuste sazonal, para 89,2 pontos, informou a FGV. Em quatro meses de quedas consecutivas, o indicador acumulou uma perda de 9,9 pontos no período. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 2,5 pontos.
“Em fevereiro, a confiança de serviços manteve a trajetória descendente iniciada no final de 2021. A queda no mês ocorreu tanto pela piora da percepção sobre o volume de serviços no mês quanto pela redução de expectativas para os próximos meses”, escreveu Rodolpho Tobler, também economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota.
Houve piora na confiança em oito dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 2,8 pontos, para 86,6 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S) recuou 1,2 ponto, para 92,0 pontos.
Comércio
Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom), que reúne os empresários do varejo, subiu 2,1 pontos na passagem de janeiro para fevereiro, para 87,0 pontos, interrompendo uma sequência de três meses de perdas, informou nesta manhã a FGV. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 0,3 ponto.
“Depois de alguns meses em queda, a confiança do comércio voltou a subir. Mesmo com o resultado positivo, ainda é necessária certa cautela. A melhora de fevereiro foi totalmente influenciada pelas expectativas, que têm se comportado de forma um pouco mais volátil nos últimos meses", resumiu Tobler, em seu relatório.
Em fevereiro, houve melhora na confiança em quatro dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 2,4 pontos, para 78,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 6,4 pontos, para 96,4 pontos. A Sondagem do Comércio de fevereiro coletou informações de 732 empresas entre os dias 1 e 22 do mês.