O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 1,5 ponto em dezembro na comparação com o mês anterior, chegando a 89,9 pontos, maior leitura desde os 92,5 pontos registrados em abril.
Por Redação - de São Paulo
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) terminou 2019 em seu maior nível desde abril, indicando uma perspectiva mais otimista para o mercado de trabalho, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). As perspectivas para o primeiro mês deste ano, no entanto, foram mais conservadoras.
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 1,5 ponto em dezembro na comparação com o mês anterior, chegando a 89,9 pontos, maior leitura desde os 92,5 pontos registrados em abril.
“Depois de passar por alguns meses sem mostrar uma reação clara, o indicador sugere que as expectativas para o mercado de trabalho se tornaram mais favoráveis no último trimestre”, disse o economista Rodolpho Tobler em nota.
“Contudo, o patamar ainda baixo do indicador mostra que ainda há um longo caminho pela frente e que o cenário de recuperação gradual se mantém para o início de 2020”, completou.
Informalidade
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, havia apresentado queda de 0,8 ponto em dezembro, para 95,3 pontos. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado.
A taxa média de desemprego no país ficou em 11,2% no trimestre encerrado em novembro, abaixo tanto de agosto (11,8%), como em relação a igual período do ano passado (11,6%), um movimento que pode ser considerado normal nesta época. Apesar do menor número de desempregados – estimado em 11,863 milhões –, o mercado de trabalho segue se caracterizando pelo crescimento da informalidade.
O número de trabalhadores por conta própria, 24,597 milhões, é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo IBGE.
Sem carteira
O número de desempregados caiu 5,6% em três meses (menos 702 mil) e 2,5% em relação a novembro de 2018 (menos 300 mil). E o total de ocupados, de 94,416 milhões, também recorde da série, cresceu 0,8% e 1,6%, respectivamente. Apenas no trimestre, a ocupação cresceu principalmente devido à alta no comércio (338 mil dos 785 mil), indicando contratações temporárias.
Assim, em 12 meses, o país tem 1,501 milhão de ocupados a mais. Desse acréscimo, 516 mil são empregados com carteira no setor privado, aumento de 1,6%, para um total de 33,420 milhões. Já os trabalhadores por conta própria aumentaram em 861 mil (3,6%). Eles representam mais de um quarto (26%) dos ocupados. Incluídos os sem carteira do setor privado, são 38,5%. Somados os sem carteira do setor público e do serviço domésticos, mais de 46%.
Os chamados subtilizados, pessoas que estavam disponíveis para trabalhar mais, somam 26,576 milhões, queda de 4,2% no trimestre e de 1,1% em um ano. A taxa de subutilização agora corresponde a 23,3% da força de trabalho.
Rendimento
Já os desalentados somam 4,656 milhões, número estável nas duas comparações. Eles correspondem a 4,2% da mão de obra, segundo o IBGE.
Entre os setores, na comparação anual o instituto apurou aumento na ocupação na indústria (2,7%) e em serviços de transporte, armazenagem e correio (5,3%). Os demais tiveram estabilidade.
Estimado em R$ 2.332, o rendimento médio habitual não teve alteração considerada significativa em nenhuma das comparações. A massa de rendimentos atinge R$ 215,104 bilhões, crescimento trimestral de 2,1% e anual de 3%, devido ao maior número de ocupados.