Segunda, 07 de Novembro de 2022 às 10:48, por: CdB
Em relação a setembro de 2022, houve um aumento de 0,3 ponto percentual no total de inadimplentes em outubro. Na divisão por faixa de renda, entre os consumidores que recebem até dez salários mínimos (R$ 12.120 hoje) a taxa de inadimplência saltou de 28,6%.
Por Redação - de Brasília e São Paulo
O número de brasileiros com dívidas em atraso vem aumentando ao longo dos últimos meses, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e representam o maior patamar de inadimplentes desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. Em outubro, o percentual de brasileiros com dívidas atrasadas avançou 4,7 pontos percentuais no período de 12 meses e alcançou o recorde de 30,3%, contra 25,6% em outubro de 2021.
A proporção de famílias brasileiras com contas atrasadas cresceu de 30% para 30,3%, quarta alta mensal seguida. Em um ano, foi o maior o avanço na inadimplência desde março de 2016.
— Nunca tínhamos tido uma proporção tão alta de famílias com dívidas atrasadas — disse Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa, ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo.
Rendimentos
Em relação a setembro de 2022, houve um aumento de 0,3 ponto percentual no total de inadimplentes em outubro. Na divisão por faixa de renda, entre os consumidores que recebem até dez salários mínimos (R$ 12.120 hoje) a taxa de inadimplência saltou de 28,6%, em outubro de 2021, e de 33,1%, em setembro de 2022, para 33,6% no mês passado.
Já entre aqueles com rendimentos acima de 10 salários mínimos, a taxa de inadimplência encerrou outubro de 2022 em nível bem menor, de 13,7%, contra 11,6% no mesmo período de 2021 e 13,9% em setembro deste ano.
Além disso, outros 10,6% dos brasileiros que participaram da pesquisa responderam que não terão condições de pagar as dívidas no próximo mês e permanecerão inadimplentes, ante 10,1% em outubro de 2021 e 10,7% em setembro deste ano.
— Temos um problema latente que é o risco dessa inadimplência atingir proporções cada vez maiores, o que tem um impacto na própria capacidade de pagamento no futuro — acrescentou.
Menor renda
A economista da CNC diz ainda que, com o início da oferta do empréstimo consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil, e a alta demanda, a tendência é que tanto o nível de endividamento, quanto o de inadimplência, aumente entre as famílias de menor renda.
Embora o valor do consignado seja descontado automaticamente pelo banco, impossibilitando o atraso de seu pagamento, é provável que os consumidores que tomaram o empréstimo, que passarão a ter uma parcela menor do auxílio disponível, enfrentem mais dificuldades para pagar outras contas, diz a especialista.
— Mesmo com a queda da inflação e a melhora do mercado de trabalho, ainda assim, o nível de endividamento e os juros altos têm dificultado o pagamento das contas dentro de um mês — resumiu Izis.