Professores de SP lutam contra o desmonte da educação pública, promovendo a Greve dos Aplicativos e buscando gestão democrática que valorize profissionais e estudantes.
Por Professora Francisca – de São Paulo
Como disse o pensador e revolucionário alemão Karl Marx ((1818-1883), “a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”. Isso acontece também em relação ao mau uso das novas tecnologias feito no ensino oficial no estado de São Paulo, onde o secretário da Educação, Renato Feder faz de tudo contra os interesses da educação pública, e o governador Tarcísio de Freitas age da mesma forma para entregar o dinheiro público para instituições privadas, que, dessa forma, só ganham, sem investir nenhum tostão.
Por isso, as professoras e os professores do Estado decidiram, em assembleia, no dia 26 de abril, continuar mobilizando e organizando a categoria para uma greve em defesa da educação pública de qualidade.
Como forma de valorização da educação pública, dos profissionais dessa área, dos estudantes e de toda a comunidade escolar, lutamos por gestão democrática, onde prevaleçam o respeito à diversidade humana, estruturas adequadas das escolas, condições de trabalho decentes, salários dignos e a vontade concreta de uma educação emancipadora, com ampla liberdade.
Aprovamos para os dias 13 e 19 de maio, a Greve dos Aplicativos, com boicote às plataformas digitais em defesa de uma educação onde predomine a sapiência e os valores humanos. Com isso, não quero rechaçar a utilização inteligente das novas tecnologias, mas reafirmar a imperiosa necessidade de profissionais humanos, pois somente estes têm a capacidade de repensar e de avaliar os conteúdos ministrados em sala de aula, inclusive analisar o desempenho dos alunos, coisa que as máquinas falham, porque não têm coração.
Educação mais humana e com qualidade
Além dessa paralisação no período mencionado acima, estamos trabalhando para forçar o governo paulista a dialogar com nossos representantes sindicais e, com isso, atender a demanda das professoras e professores por uma educação mais humana e com qualidade que atenda as necessidades e anseios de nossas crianças e jovens.
Concluo este artigo com uma definidora frase de Martin Luther King (1929-1968), incansável lutador pelos direitos humanos de todas as pessoas. Ele afirma que “a função da educação é ensinar a pensar intensamente e pensar criticamente. Inteligência mais caráter: esse é o objetivo da verdadeira educação”. Coisa que nenhuma máquina pode fazer.
Em prosseguimento ao nosso importante movimento por uma educação pública de qualidade, inclusiva e que abranja toda a diversidade humana, temos nova Assembleia das professoras e professores do ensino oficial paulista para o dia 24 de maio, no vão do Masp, na Avenida Paulista. A participação de todas e todos é essencial.
Afinal, a inteligência artificial, tão propalada por quem não entende nada de educação, pode substituir a falta de inteligência humana de governadores e secretários de educação, que desprezam a educação pública tanto quanto desprezam as professoras e os professores?
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil.
Professora Francisca, é diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, da Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), secretária-adjunta de Finanças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretora da CTB-SP.
As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil