Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

IA: Investidor experiente prevê formação de uma bolha gigantesca

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Quarta, 10 de Julho de 2024 às 12:56, por: CdB

McNamee disse ao mercado norte-americano, que detém a ampla maioria dos recursos na casa dos trilhões de dólares no desenvolvimento da IA, que “há evidências da formação de uma bolha – e, se este for o caso, cedo ou tarde haverá uma correção”, segundo o BJ.

Por Redação – de São Paulo

Na contramão e em alta velocidade, o CEO da Elevation Partners, uma empresa de investimentos em negócios arriscados mas que, quando dão certo, rendem um bom dinheiro (venture capital), sugeriu em entrevista ao canal norte-americano de TV CNBC que, atualmente, não há nada mais tóxico no mercado financeiro do as aplicações em Inteligência Artificial (IA).

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Ainda há muita desconfiança no que diz respeito à Inteligência Artificial, do que se trata e para onde caminha

Roger McNamee, 68, conforme apurou o jornalista Giuliano Guandalini, repórter do site de notícias Brazil Journal (BJ), nesta quarta-feira, disse que o investimento em IA “está sendo feito com base em projeções difíceis de serem avaliadas e com grande chance de não se confirmarem”.

  Os EUA amam manias financeiras — disse o experiente investidor na área de tecnologia, um dos primeiros investidores no Facebook. Antes de fundar a Elevation Partners, McNamee também ajudou a estruturar a Silver Lake Partners, referência no segmento de aplicações inovadoras. Ele também dirigiu o fundo de ciência e tecnologia da T.Rowe Price.

 

Correção

McNamee disse ao mercado norte-americano, que detém a ampla maioria dos recursos na casa dos trilhões de dólares no desenvolvimento da IA, que “há evidências da formação de uma bolha – e, se este for o caso, cedo ou tarde haverá uma correção”, segundo o BJ.

— Não há como saber quando a bolha vai estourar, mas isso vai acontecer. Esteja preparado. Estamos fazendo conjecturas sobre o que essa tecnologia pode fazer, mas não conseguimos comprová-las; e estamos aplicando isso em lugares nos quais talvez elas não funcionem. Se este for o caso, essa mania chegará ao fim, e as maiores ações do S&P 500 serão duramente afetadas — antevê McNamee.

Além das declarações a uma das maiores rede de TV dos EUA, McNamee explicou o que pensa em uma longa mensagem na rede X (ex-Twitter), de propriedade do multibilionário Elon Musk, um dos maiores investidores mundiais em IA. O empresário apurou, ainda, que os investimentos em data centers já somam US$ 100 bilhões até aqui e crescem ao ritmo de US$ 10 bilhões ao mês.

— Os maiores investidores – Microsoft, Nvidia, Google, Amazon, Meta – têm toneladas de dinheiro em caixa e dominam o S&P 500. Se eles estiverem errados, será um desastre para os mercados (acionários) — adverte.

 

Longo prazo

Um relatório da Goldman Sachs divulgado há pouco, segundo o empresário, indica que os investimentos realizados para adquirir ou melhorar ativos de longo prazo (capex) em IA têm sido excessivos. O documento traz, no título, uma pergunta:

GenAI: Too much spend, to little benefit?” (“IA Generativa: Muito gasto para pouco benefício?’ (em tradução livre)”.

— A Goldman não é a primeira firma de Wall Street a mostrar preocupação. O Barclays já fez isso. E a (firma de venture capital) Sequoia também publicou um relatório sobre o capex em IA, dizendo que a indústria precisa de US$ 600 bilhões em receita para justificar o investimento já feito em computação e nuvem,” escreveu McNamee.

 

Energia e água

“Quando empresas como a Sequoia e a Goldman Sachs me dizem que existe uma bolha, eu presto atenção”, acrescentou.

Os motivos para desconfiar acerca do potencial da IA, no entanto, não terminam com a frustração relativa aos gastos em capex. McNamee cita ainda, em seu arrazoado, o uso intensivo de energia e água na produção de processadores e no treinamento dos sistemas de linguagem: “Um relatório sugere que meio litro de água é desperdiçado cada vez que você faz uma pergunta a um chatbot”.

Este seria o principal motivo para, segundo McNamee, acreditar que a IA Generativa está “acelerando a mudança climática”.

 

Segurança

“Microsoft e Google prometeram ser neutras em carbono em 2030, (mas) a pegada de carbono da Microsoft já subiu 30% em dois anos, e a do Google, 45% em cinco anos”, contabiliza.

McNamee cita, ainda, questões relativas aos direitos autorais, privacidade, segurança dos dados e desinformação, que rondam os novos tempos.

Em relação às mentiras divulgadas com o suporte turbinado dos mecanismos inteligentes, de acordo com o investidor, “pessoas serão prejudicadas, e algumas não vão se recuperar”.

“A segurança deveria ser uma prioridade”, concluiu.

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