Esforços diplomáticos estão em andamento, e pressão internacional sobre governo de Israel aumenta. Netanyahu, porém, diz que vai manter operação militar em Gaza até alcançar o seu objetivo.
Por Redação, com DW - de Jerusalém
Israel e palestinos deram sinais de estarem dispostos a alcançar uma trégua no conflito que chegou ao décimo dia nesta quinta-feira. Um líder do Hamas afirmou que um cessar-fogo com Israel pode ser alcançado em um ou dois dias, em declarações dadas a uma emissora de TV do Líbano.
Do outro lado, diplomatas israelenses disseram ao jornal The New York Times que Israel e Hamas podem alcançar um cessar-fogo em até dois dias.
As declarações foram dadas em meio à pressão internacional pelo fim do conflito entre Israel e grupos militantes palestinos Hamas e Jihad Islâmica na Faixa de Gaza.
Mas, pouco antes, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que está decidido a continuar a operação militar em Gaza até que ela "alcance seu objetivo: devolver a tranquilidade e a segurança aos cidadãos de Israel".
Netanyahu fez a afirmação pouco depois de conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que pedira uma "desescalada significativa" da tensão entre israelenses e palestinos.
Novo ataque aéreo de Israel
Num sinal de que um cessar-fogo pode de fato estar próximo, os dois lados se contiveram por cerca de oito horas no início desta quinta-feira. A calma foi quebrada pela manhã, com um ataque aéreo de Israel em Gaza.
De acordo com o exército israelense, foi destruído um local de produção e armazenamento de armas que era usado pelas milícias palestinas no lançamento de foguetes contra o território de Israel. Várias residências de comandantes do Hamas também teriam sido atingidas.
De qualquer forma, como já se viu em negociações anteriores, algumas horas de trégua são um sinal de que um cessar-fogo está sendo negociado e costumam antecedê-lo.
Mais de 200 mortos
As hostilidades na Faixa de Gaza começaram em 10 de maio, com vários foguetes disparados pelo movimento palestino Hamas na direção do território de Israel, depois de centenas de manifestantes palestinos terem ficado feridos em confrontos com policiais israelenses em Jerusalém Oriental.
Desde então, ao menos 227 pessoas, incluindo 64 crianças, morreram em ataques israelenses na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades locais de saúde. Em Israel, disparos de foguetes a partir de Gaza provocaram 12 mortos, incluindo um menino de 5 anos e uma menina de 16, segundo autoridades israelenses.
A mais recente tentativa de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em favor de um cessar-fogo falhou, novamente por causa dos Estados Unidos. O governo Biden argumentou que a resolução poderia minar esforços em andamento para uma desescalada do conflito.
O ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, visita nesta quinta-feira Tel Aviv e Ramallah para se reunir com líderes israelenses e palestinos. Esta é a primeira visita de um alto diplomata europeu a Israel desde o início da nova onda de violência na região.